A liberdade de se poder ver o que se quer quando se quer dá-nos uma tremenda liberdade, mas há programas que estão a recorrer às novas tecnologias para dar aos espectadores uma experiência mais próxima daquela que se tinha quando só havia um único canal de televisão.
Parecerá impossível para as gerações mais recentes imaginar um tempo em que não só se tinha um único canal de televisão, como esse canal nem sequer emitia 24 horas por dia. Poderá parecer pré-histórico, mas isso tinha uma consequência curiosa; no dia seguinte, todos podiam discutir o que se tinha visto no dia anterior, pois todos tinham visto o mesmo programa, série, filme.
A chegada de mais canais levantou precisamente esse tipo de preocupação, ao diversificar as opções, e fazendo com que se desse o caso de alguém dizer "não vi isso, estava a ver o outro canal" - e claro está que, hoje em dia, é mais provável que 20 pessoas tenham visto coisas diferentes do que acertado no mesmo programa. O que não deixa de fazer com que se sinta uma certa nostalgia em poder ter uma experiência "sincronizada" entre os espectadores de um determinado programa, numa vertente mais moderna e interactiva.
São cada vez mais as séries que vão tentando atrair os fãs para as datas da sua primeira exibição, colocando os seus actores (e demais membros da equipa de produção) nas redes sociais, ao vivo e em directo. Isto permite recriar a tal experiência partilhada de ver o mesmo programa em conjunto com muitos outros fãs, e de forma ainda mais interessante para os próprios actores, que assim passam a ter também um contacto de maior proximidade com os espectadores, coisa que vem alterar um pouco o conceito da TV como canal de comunicação num único sentido.
Será este o futuro dos programas televisivos, reunindo milhares ou milhões de fãs num mesmo programa à mesma hora - numa era em que serviços como o Netflix incentivam que cada um veja aquilo que quer quando lhe apetece?
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