2015/10/31

Spotify reduz pirataria mas também a venda de música


Um estudo da Comissão Europeia sobre o impacto dos Spotify vem revelar que apesar do mesmo ajudar a reduzir o nível de pirataria, acaba por não ter o impacto tão benéfico que se desejaria por também contribuir para a redução das vendas de música.

Pelo lado positivo, o estudo confirmou aquilo que o Spotify tem dito, de que o seu serviço ajuda a reduzir o acesso às músicas por meios ilegais; por cada 47 músicas ouvidas em stream, reduz-se o download de uma música pirata. No entanto, para além deste factor positivo, o estudo conclui também que por cada 137 streams ouvidos, reduz-se a venda de uma música comprada legalmente - fazendo com que o impacto global para a indústria musical seja "neutro" a nível de receitas.

Claro que mesmo sendo neutro a nível de receitas, parece-me que será sempre muito positivo a parte de que se está a falar de um acesso legal aos conteúdos. Mas a principal questão é, como bem sabemos, bem mais profunda, tendo a ver com toda a sustentabilidade da indústria musical, que não está muito interessada em deixar de ter o grosso da fatia destas receitas, nem em que os artistas tenham uma relação directa com os seus fãs.

É algo que poderá demorar décadas, mas que inevitavelmente terá que mudar. E muito provavelmente não será necessário tanto tempo. A aposta que serviços como o YouTube têm feito para a produção e promoção de criadores e artistas, de uma forma "directa" e sem intermediários (para além das próprias plataforma de distribuição), e com novas formas de obterem rendimentos desse trabalho, vai começar a fazer pensar muitos artista sobre qual será o melhor caminho para o seu futuro.

... E talvez aí se torne bem claro, que um artista só pode sobreviver à custa do seu trabalho se houver uma legião de fãs e apreciadores que o sustente. Pois de resto, tentar argumentar que é justo ganharem dinheiro taxando os gigabytes que os seus fãs (e, principalmente, todos os milhões de não fãs) usam para guardar as suas fotos e vídeos de família - desculpem-me lá, mas é roubar directamente toda a população com a justificação de alguns deles poderão, eventualmente, fazer uma cópia de algo pelo qual já pagaram!


(E nem vamos entrar na questão de quanto desse dinheiro é que lhes chegará efectivamente às mãos, e quanto é que ficará pelo caminho, para sustentar as entidades que supostamente os deveriam defender.)

2 comentários:

  1. eu penso assim: se por cada milhão que pirateava agora fazem stream legal, quando recebem agora esses artistas?

    apesar de não ter acesso a números, julgo que a pirataria da música hoje deve ter diminuído bastante, estanto os artistas a ser remunerados pelas publicidades destes serviços, assim como o são quando ouvimos rádios.

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