A Waymo, divisão "independente" da Google que se dedica aos automóveis autónomos, recorreu à mesma táctica que a casa-mãe para acelerar o desenvolvimento destes veículos: criando os seu próprios sensores e poupando dezenas de milhares de euro em cada carro.
No passado, a Google subverteu as regras quando, em vez de comprar servidores das marcas tradicionais, começou a criar os seus próprios servidores com base em hardware mais barato. Agora a Waymo faz o mesmo em relação aos importantes, mas dispendiosos, LIDARs.
Os LIDARs são o equivalente a um radar, mas que usa lasers em vez de ondas de rádio, para criar um detalhado mapa tridimensional de tudo o que se tem em redor.
É um sensor de importância crítica para o desenvolvimento dos automóveis autónomos, mas facilmente se perceber porque motivo marcas como a Tesla (e outras) não os têm utilizado: é que cada um destes sensores pode custar dezenas de milhares de euros. Há uns anos a Velodyne anunciou um LIDAR económico, que custava "apenas" 8 mil dólares, o que já permite ter uma referência do que se considera barato nestes produtos.
Quando se pensa que os carros como os Chrysler Pacifica, que a Waymo está a preparar para lançar nas estradas ainda este ano, recorrem a pelo menos 5 LIDARs instalados em redor e no topo do carro... a conta iria para valores proibitivos em termos de produto comercial. E por isso a Waymo fez algo diferente: criou os seus próprios LIDAR.
A Waymo diz que criar os seus próprios LIDAR lhes permitiu poupar 90% do valor que seria gasto nestes sensores, e simultaneamente afinar cada sensor para a função pretendida. Nestes veículos temos sensores posicionados na frente, traseira, laterais e no tejadilho, sendo uns optimizados para detecção de curto e médio alcance, e outros para detecção de longo alcance.
Com sorte, este alteração poderá levar a uma "revolução" entre os fabricantes destes sensores, que terão que repensar a estratégia dos preços, ou arriscarem-se a ver muitos dos seus clientes (fabricantes de automóveis) repensarem a sua posição e considerarem também criar os seus próprios sensores como forma de pouparem uma enorme quantidade de dinheiro - pois de outra forma seria complicado trazer esta tecnologia para as estradas aplicada a modelos comerciais.
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