São cada vez mais os estudos clínicos que tiram partido da imensa quantidade de dados que é recolhida, 24 horas por dia, por dispositivos como os smartwatches; e a Oura também relembra que o mesmo poderá ser feito com os seus anéis inteligentes.
Um estudo realizado com dados de 838 utilizadores Ouro que reportaram ter Covid-19, e mais de 20 mil utilizadores que receberam vacinas Covid, revelou alterações significativas nos seus dados biométricos até 2.5 dias antes e até 10 dias depois da infecção.
A análise dos dados avaliou coisas como a temperatura, frequência cardíaca em repouso, variabilidade da frequência cardíaca, ritmo respiratório e eficiência de sono. As diferenças entre utilizadores vacinados e não vacinados, assim como a resposta à infecção e vacinas, foram bastante reveladoras. A resposta às vacinas tinha sintomas idênticos mas menos pronunciados que uma infecção real, detectáveis até quatro dias após a vacinação; o impacto das variante delta foi mais significativo que as variantes anteriores; e os utilizadores vacinados exibiram respostas bastante mais moderadas à infecção face aos não vacinados. Também se verificou que, embora a temperatura pudesse regressar ao normal ao fim de 10 dias, as alterações no ritmo respiratório e frequência cardíaca podiam prolongar-se por 20 dias.
Tal como há projectos que usam os dados dos sensores dos smartphones para assistir na detecção de terramotos ou recolha de dados para as previsões atmosféricas, não será descabido que no futuro os dados biométricos possam também ser usados para detecção antecipada de potenciais surtos, especialmente se - como este caso indicou - se for capaz de detectar alterações com vários dias de antecedência.
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