2024/09/28

ESA vai destruir satélite para estudar destroços espaciais

A Agência Espacial Europeia (ESA) vai lançar um satélite em 2027 com o objectivo de observar a sua destruição ao reentrar na atmosfera terrestre.

Com cada vez mais satélites em órbita, a ESA prepara uma missão curiosa de destruição de um satélite. A missão, chamada DRACO (Destructive Reentry Assessment Container Object), pretende ajudar os cientistas a compreender melhor como os satélites se desintegram, de modo a evitar a criação de mais detritos espaciais. Este projecto faz parte da iniciativa Zero Debris Charter da ESA, que visa eliminar a criação de novos detritos espaciais até 2030.

Os detritos espaciais são um problema crescente, à medida que mais satélites são lançados em órbita, representando um risco para naves espaciais e astronautas. O DRACO terá um papel fundamental ao recolher dados durante a sua própria destruição. O satélite estará equipado com sensores para monitorizar a sua desintegração e incluirá uma pequena cápsula, projectada para sobreviver à reentrada, que transmitirá os dados críticos à medida que desce em direcção ao oceano. O DRACO, construído pela empresa de engenharia aeroespacial Deimos, terá aproximadamente o tamanho de uma máquina de lavar roupa e pesará cerca de 200 kg. Estará equipado com 200 sensores e quatro câmaras para captar dados durante a reentrada. O satélite não terá sistemas de propulsão ou navegação, imitando o comportamento típico de detritos espaciais descontrolados ao caírem na Terra após a sua vida útil.

O sucesso da missão depende da recolha dos dados antes que a cápsula atinja a água, o que apresenta alguns desafios. A ESA terá uma janela de 20 minutos para transmitir as informações, complicadas pela necessidade de activar um para-quedas enquanto a cápsula se desloca descontroladamente pela atmosfera.

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