2024/09/15

AT&T processa Broadcom por não manter contrato "perpétuo"

A AT&T está a sentir na pele aquilo que faz à maioria dos seus clientes, quanto altera os planos supostamente "perpétuos".

A AT&T entrou em litígio contra a Broadcom, acusando a empresa de recusar renovar os serviços de suporte para as suas licenças perpétuas de software VMware. O processo alega que a Broadcom está a tentar alterar retroactivamente os termos dos contratos existentes para se alinhar com a sua nova estratégia empresarial. Este conflito surgiu após a aquisição da VMware pela Broadcom por 61 mil milhões de dólares em Novembro, que trouxe mudanças significativas ao modelo de licenciamento da VMware.

A AT&T depende do software VMware para gerir 75.000 máquinas virtuais (VMs) em 8.600 servidores, suportando operações críticas para as suas operações, como o atendimento ao cliente. Segundo a queixa, a gigante das telecomunicações acredita que tem direito a uma renovação de um ano dos serviços de suporte, o que seria a segunda de três renovações planeadas. Estes serviços são essenciais para ter acesso a actualizações de segurança, correcções de software e manutenção diária. Sem este suporte, a AT&T teme que qualquer erro de software possa causar dispendiosas interrupções nos seus serviços.
O processo acusa a Broadcom de utilizar tácticas injustas, ao recusar a renovação a menos que a AT&T aceite novos pacotes de subscrição dispendiosos. Estes pacotes adicionais poderiam custar à empresa dezenas de milhões de dólares mais do que apenas os serviços de suporte que deseja. A Broadcom, em resposta, nega as alegações e insiste que a transição da VMware para serviços de subscrição começou muito antes da aquisição.


Este caso torna-se curioso, pois estamos a falar de empresas de telecomunicações que têm longo historial de querer redefinir o significado das palavras. Desde os "dados ilimitados" que afinal têm limites, aos preços "garantidos para sempre" que afinal aumentam sempre que a empresa assim o entender. Mas parece que isso apenas é válido quando são eles a ditar as regras, não apreciando quando estão do lado de quem tem que "comer e calar".

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