2013/08/01

Motorola apresenta Moto X


A Motorola já revelou o seu primeiro "grande" lançamento da nova era Google, o Moto X. Um modelo cujas principais características e novidades já tinham sido antecipadas e que se concretizaram na integra. Este Moto X pode ser encarado como um ponto de viragem, onde se abandona a perseguição desenfreada pela potência do hardware, e se dá mais atenção ao que os utilizadores necessitam dos seus smartphones.


Começando pela forma natural e com curvas orgânicas que lhe dão um toque mais "humano", à escolha de inúmeras possibilidades de personalização que em breve irão contar até com traseira em madeira! (No entanto, pensem bem no que escolherem, pois não se tratam de capas amovíveis: o Moto X usa um novo sistema que "solda" o vidro frontal à parte traseira.)





A nível do hardware temos hardware que se pode considerar modesto (S4 Pro dual-core), mas que está integrado na arquitectura X8 da Motorola, que conta com processadores dedicados para tarefas low-power e para reconhecimento de voz. A Motorola insiste em dizer que são "8 cores" (contabilizando os 2 cores ARM, os 4 do GPU, e estes 2 processadores extra dedicados).


Esses processadores permitem que o Moto X esteja sempre à escuta, e assim que disserem "OK Google Now" poderão dar imediatamente início aos comandos por voz, que podem manter as vossas perguntas em contexto (num dos exemplos era perguntado quem era o Michael Jordan, e depois de seguida perguntava-se de forma genérica "que altura tem?", com o Google Now a perceber que se estava a referir  a ele). É necessário treinarem o aparelho dizendo três vezes a frase de activação, mas não é possível mudá-la do "OK Google Now"... algo que se poderá vir a tornar complicado em locais com vários Moto X (como um meeting de geeks) onde alguém que diga essa frase se arrisca a activar inadvertidamente uma dúzia de smartphones nas redondezas. Espero que no futuro o Google dê a possibilidade de cada um definir a frase que muito bem entender. (E claro, podem sempre desactivar esta funcionalidade.)




Outra das coisas que o outro cpu dedicado low power permite é a apresentação de notificações sem necessidade de estarem continuamente a ligar o ecrã para ver se chegou algo.


Sendo o ecrã um Super AMOLED (1280x720), este CPU low power vai apresentando de forma ritmada as notificações que tiver para mostrar, e o utilizador pode ver imediatamente o que se trata. Podem também definir as opções de privacidade para definirem o que querem ou não mostrar neste modo.


E outro dos aspectos salientado, é a velocidade com que se pode chegar à câmara. Por muito rápido que se pense que um smartphone "acorde" e lancem a câmara, esse valor só é realmente posto à prova quando dão por vocês a querer apanhar "aquele momento" e desesperarem com cada segundo que parece uma eternidade. O Moto X dá uso ao CPU low power que está sempre a analisar os vossos movimentos para lançar a app (melhorada) da câmara assim que fazem um gesto semelhante ao de rodar uma maçaneta ou chave de fendas.





Escusado seria anunciarem a possibilidade de se tirar uma foto tocando em qualquer parte do ecrã como sendo algo "fantástico"... (até nos faz lembrar algumas coisas que se vêem em apresentações de "outra" marca). Quem preferir pode optar por manter o mais habitual touch to focus. E é simpático que na câmara, até mesmo a zona reservada para os botões de sistema do Android se torne transparente para mostrar a imagem (acho que deveria ser o comportamento "default" em todo o interface do Android... pois senão é um desperdício de espaço).

A nível da autenticação a Motorola também tem algumas coisas interessantes e práticas. Poderão usar umas tags NFC que se estiverem convosco dispensarão a necessidade de introduzir um código de desbloqueio, ou áreas geográficas (casa, trabalho, etc) onde também fica dispensado. É daqueles detalhes que parece insignificante, mas que acaba por ser altamente prático na utilização do dia a dia.



E por último, o preço... quando se esperava que o Google/Motorola fizesse grande brilharete nesta área... a coisa ficou-se afinal por algo um pouco menos interessante. O Moto X vai estar disponível por $199 com contrato - o que nos EUA não é considerado nada de excepcional - enquanto que as versões sem contrato (mas ainda nos operadores) irão para os lados dos $575 e $635 dólares.

Embora se dê o caso de alguns operadores estupidamente venderem o Nexus 4 mais caro do que custa no Google - o que dá a possibilidade que o mesmo possa acontecer com este Moto X (que vai ter também uma versão Google Edition com Android puro) - não parece que se venha a tornar no modelo super-económico que alguns imaginavam ir revolucionar o mercado.


Com bom preço ou menos bom, o que me parece é que este Moto X irá tornar-se na referência das coisas que veremos nos futuros smartphones: uma maior atenção dada a melhorias na forma como se usam os equipamentos, em vez de se apostar apenas em potência "bruta" que poucas - ou nenhumas - vezes chega a ser utilizada em circunstâncias normais. O reconhecimento de voz sempre activo é algo pelo qual espero há anos, e que em breve fará parecer pré-históricos todos os sistemas que obrigarem a que se pressione um botão para dar início ao reconhecimento.

Faltará agora ver quais são os planos da Motorola quanto à possibilidade de comercialização deste Moto X neste lado do Atlântico, e a que preços cá chegará - se isso vier a acontecer.

[fotos via Anandtech]

7 comentários:

  1. O Guy Kawasaki, agora a trabalhar na Motorola, confirmou que vai fazer um tour pela América do Sul. Ou seja, o Moto X será comercializado internacionalmente.

    Infelizmente, não há dados para a Europa. Ainda...

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    1. A motorola tem forte presença no continente americano (Norte e Sul), isso é sabido. O problema tem sido a Europa que tem uma presença muito tímida, onde Portugal nem aparece.

      PS: O preço fora de contrato foi anunciado: 575€ e 625€, o de 16GB e 32GB, respectivamente.

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  2. Confirmação: Não vai ser lançado na Europa
    http://www.androidauthority.com/no-moto-x-europe-other-252112/

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  3. Algo está muito errado quando as principais fotos de apresentação, e não só, de um smartphone são da sua "traseira"...

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  4. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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