Como se instalou o cabo transatlântico em 1959

Hoje em dia assumimos que as nossas comunicações chegam a qualquer ponto do mundo, sem pensarmos em como é que isso se torna possível. Em grande parte, as nossas comunicações continuam a depender de cabos submarinos que nos ligam aos outros continentes, e não deixará de ser interessante ver como é que isso era feito há meio-século atrás.

Embora o primeiro cabo de comunicações transatlântico tenha ligado a Europa à América no distante ano de 1858, tivemos que esperar um século mais para que os primeiros cabos transatlânticos telefónicos ligassem estes dois continentes.

O TAT-1 da AT&T foi instalado em 1956 com a modesta capacidade para transmitir 36 canais, sendo seguido pelo TAT-2 em 1959, já com capacidade expandida para 48 canais (ambos sofreram upgrade ao longo da sua vida, mas mesmo assim ficando-se por ainda modestos 48 e 72 canais respectivamente). Duas décadas mais tarde, em 1976 e 1978, os TAT-6 e TAT-7, os últimos cabos transatlânticos eléctricos pré-fibra óptica, já tinham capacidade para 4000 canais, que foram depois expandidos para 10000 canais.

Para comparação, os cabos transatlânticos de fibra óptica que se lhes seguiram ofereciam 40 e 80 mil canais respectivamente, dando início à crescente necessidade de largura de banda para a nossa era da informação (e actualmente temos em operação cabos a transmitir 10Tbits/s entre os nossos continentes, com novos cabos como o Emeral Express a prometer 40Tbits/s para o final deste ano.)

Segue-se o documentário da AT&T sobre o fabrico e colocação do TAT-2, no delicioso tom dos documentários da década de 50, e onde ficamos a conhecer algumas das "aventuras" deste mega-projecto.