Tradicionalmente vemos os criadores de conteúdos reclamarem por verem os seus conteúdos disponíveis gratuitamente nos sites de partilha na internet. Mas desta vez temos precisamente o caso oposto, com um realizador que pediu aos piratas para fazerem o que tão bem sabem fazer, com o seu próprio filme... e os piratas não perderam tempo.
Martin Koolhoven é um realizador Holandês de quem provavelmente nunca terão ouvido falar, mas que ficou farto de ver o seu telefilme Suzy Q indisponível através dos canais normais de distribuição. Este telefilme de 1999 foi o mais galardoado filme holandês desse ano, e foi produzido com financiamento público. O problema é que o filme contém músicas bastante conhecidas na sua banda sonora, que impediu o seu lançamento em DVD e noutros canais, e que depois do canal de TV ter decidido não renovar o pagamento desses direitos de autor das músicas, tornou-se num filme "impossível de ver".
Para o seu realizador, foi a gota de água que o fez partir para esta opção mais radical: pedindo que o filme fosse disponibilizado no Pirate Bay. Um pedido que foi rapidamente respondido pela comunidade "pirata"; mas que entretanto já deu lugar ao upload pelo próprio realizador de uma versão com melhor qualidade para o YouTube (onde o filme permanece, embora com os lucros da publicidade a reverter para os detentores dos direitos das músicas).
Mais um caricato caso que revela os incríveis meandros que actualmente rodeiam as questões dos direitos de autor. Seria assim tão descabido fazer com que os direitos de autor sobre músicas e filmes terminassem ao fim de uma dúzia de anos, em vez de estarem continuamente a tentar prolongar isso "perpétuamente"? Ou será melhor permitir que estas associações tentem silenciar o passado?
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