Com o célebre "3D" a já ter passado de moda, preparem-se para em 2015 verem muitos televisores revestidos com folclóricos autocolantes a realçar a espectacularidade da tecnologia "Quantum Dots". Mas afinal, o que é isto dos quantum dots?
Para a maioria das pessoas, um ecrã a cores é um ecrã a cores. Mas quando se comparam diferentes ecrãs lado a lado, por vezes podemos reparar que o verde de um campo relvado de futebol é "mais verde" num televisor do que noutro; o que o azul do céu é mais azul. Para uma experiência ainda mais visível, bastará apontarem uma câmara para um LED vermelho ou verde, e verem que quer o ecrã da câmara/smartphone quer o ecrã do televisor onde reproduzirem o vídeo apresenta uma cor que pouco tem a ver com a cor real que vêem com os vossos olhos.
O "problema" está na forma como os LCDs produzem as cores, fazendo a luz passar através de filtros coloridos para cada pixel, o que limita a gama de cores possível de criar - ao contrário de tecnologias como os OLED, capazes de criar cores "puras" com muito maior saturação (por vezes até em demasia). Só que até que os OLED tenham preços muito mais acessíveis, será vantajoso encontrar formas de ir melhorando os LCDs - e os quantum dots permitem fazê-lo.
Os Quantum Dots são pequenos cristais que têm a capacidade de transformar uma cor noutra. Ao contrário de um filtro, que é incapaz de criar uma cor primária a partir de outra cor primária (por exemplo, não adianta colocarem um filtro verde à frente de uma lâmpada azul, para tentarem obter luz verde), os Quantum Dots conseguem fazê-lo, e permitem transformar uma iluminação backlight azul em todo um espectro de cores desejadas.
A tecnologia não é nova - já é utilizada pela Sony há alguns anos, sob a designação Triluminos - mas agora prepara-se para ser adoptada por muitos mais fabricantes, e ser explorada até à exaustão como sendo "a melhor coisa à face da Terra".
Tudo vai depender do preço que os fabricantes cobrarem por estes modelos com Quantum Dots. A maioria dos consumidores gostará de ter um ecrã mais "colorido"... mas não me parece que estejam dispostos a pagar mais 50% por isso face a um LCD convencional que já dá cores "que servem". Para além do mais, os televisores OLED têm tido uma queda abismal de preços, e ultrapassam por completo a necessidade dos Quantum Dots para além de terem todas as outras vantagens a nível de contraste e níveis de preto incomparáveis.
... Assim já saberão do que se trata quando tiverem um vendedor a tentar impingir-vos a "fantástica e revolucionária tecnologia" dos modelos com quantum dots.
O espectro de cores produzido pela QD é actualmente superior ao espectro de cores que as OLED conseguem criar. Isso, associado ao mais baixo custo de produção, e também a melhorias em termos de contraste designadamente ao nível dos negros, vai fazer com que, para a esmagadora maioria das pessoas, não vai ser possível perceber à vista desarmada as vantagens do OLED.
ResponderEliminarNão, porque falha num dos aspectos mais críticos... o de nunca conseguires ter "pixeis desligados" como nos OLED.
EliminarPara se ter isso de forma aproximada precisarias de ter um LCD com local dimming, e isso inflaciona bastante o preço do produto (e mesmo assim estaríamos a falar de zonas, e não de pixeis individuais).
Dito isto, digo que para a maioria do uso, preferiria um LCD com Quantum Dots e local dimming - por me dar maior descanso a nível de longevidade que os OLEDs (nesta fase, pelo menos), e também ser imune a burn-in.
Se descobrires um LCD de 75" com tudo isto com preço até 1500 euros, avisa-me! (Se for de 85" também serve, Ultra HD de preferência. ;)
Lá está, na relação preço/qualidade, para já, o OLED ainda perde. E se vier a ganhar alguma dia, será no lado do preço, porque no lado da qualidade de imagem, para o comum dos mortais, um bom LCD QD já dá muito mais do que a sua vista consegue perceber.
EliminarAlém disso a questão dos níveis de negros é muito sobrevalorizada. Hoje em dia qualquer LCD já consegue dar um nível de contraste dinâmico muito satisfatório. Não consegue dar negros puros, pois não, mas consegue enganar o cérebro que vê negros puros. E isso é mais que suficiente para 90% do mercado.