2015/04/16

Empresas Indianas aliam-se a favor da neutralidade da Internet


A questão da neutralidade da Internet é algo que se deve levar bem a sério, pois é o tipo de coisa que vai afectar drasticamente a forma como lidaremos com a Internet no futuro; e na Índia têm surgido reacções interessantes, de empresas que se vão multiplicando na oposição a serviços que poderiam parecer interessantes... mas que também podem ser encarados como ameaças dissimuladas a esta neutralidade.

Um número crescente de empresas e serviços têm optado por sair de parcerias com serviços como a Internet.org do Facebook. Um serviço criado em conjunto com alguns operadores de telecomunicações e que oferece o acesso gratuito aos utilizadores... mas só aos sites e serviços com que foram feitas parcerias. Embora isso possa parecer interessante, estes "desertores" dizem que a ideia entre em conflito com a neutralidade da net, e está a contribuir para criar uma internet segregada, onde se criam níveis de acesso diferenciados que efectivamente resultam em sites com acesso gratuito e sites com acesso pago.

Mesmo se poderemos imaginar que por trás desta decisão estejam motivos financeiros (estes parceiros têm que pagar pelo tráfego "gratuito" dos utilizadores), penso que é uma decisão que vem por o dedo na ferida de algo que tem que ser discutido e bem clarificado. Na prática, é exactamente a mesma questão que por cá já referi por várias vezes relativamente ao que também acontece no nosso país, com tarifários como o WTF (que oferece dados para apps específicas), ou os tarifários da MEO, onde um utilizador que queira ouvir música no Spotify paga pelo tráfego, enquanto que se optar pelo seu Music Box já não tem esse tráfego contabilizado.

Bem sei que são coisas que são atractivas para que tira partido delas... mas bastará recordar um pouco como as coisas eram (lembram-se do tempo em que se contabilizava o tráfego gasto em função de ser nacional ou internacional???) para ver que os riscos são muito maiores que os benefícios. A não ser que achem bem irmos em direcção a acessos à internet ao estilo dos pacotes de TV por cabo; onde ao subscrevermos o serviço de um operador teremos acesso aos sites A, B, C; enquanto outro operador nos dá o acesso aos sites X, Y, Z; e sempre com a possibilidade de subscrevermos o "pacote extra-XPTO" por mais apenas uns euros por mês, para podermos aceder aos sites J, K e L!


(E antes de dizerem que isso seria ridículo: não se esqueçam que estamos a falar de empresas com a mentalidade de que nos estão a fazer um favor ao aplicarem limites de dados.)

2 comentários:

  1. "...ou os tarifários da NOS, onde um utilizador que queira ouvir música no Spotify paga pelo tráfego, enquanto que se optar pelo seu Music Box já não tem esse tráfego contabilizado"

    Penso que queriam referir "tarifários da MEO".

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    1. É o que dá estar a pensar em multitasking... :) Rectificado, obrigado. :)

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