2015/05/13

Facebook Instant Articles quer trazer mais da Internet para dentro do Facebook


Para muitas pessoas, o Facebook já é a sua "internet". Mas com a chegada destes Instant Articles, o Facebook mostra de forma clara que a sua intenção é mesmo tornar-se numa internet dentro da internet.

Com este Instant Articles do Facebook, a ideia é que os produtores de conteúdos criem artigos especificamente para serem alojados e exibidos no Facebook - que nesta fase inicial conta com parceiros como o New York Times, National Geographic, BuzzFeed, The Atlantic. A justificação do Facebook é simples: muitas vezes, clicar num link apresentado no Facebook faz-nos ter que aguardar demasiado tempo para que o respectivo site seja carregado; com estes Instant Articles, os conteúdos podem ser carregados de forma imediata, e com a garantia de que estão preparados para serem vistos nos dispositivos móveis.

Não é a primeira vez que se tenta criar conteúdos "formatos" para um serviço: o Flipboard já o fez, e também o Google com o seu Currents. Mas atendendo à dimensão do Facebook, esta nova tentativa arrisca-se a ter resultados (e consequências) bem diferentes.



Visualmente, estes Instant Articles são apresentados de forma idêntica à que era usada no Facebook Paper, ou seja - bastante agradável de utilizar. E isso, aliado à velocidade prometida, faz antever que os utilizadores gostem deste novo sistema. O problema é o que isto representará a nível estratégico...


Ao "puxar" estes conteúdos para o seu interior, o Facebook passa a ter ainda mais controlo sobre os conteúdos, e a forma com são apresentados e divulgados. Se é certo que muitos sites já dependem/apostam no Facebook como forma de promoção e divulgação dos seus artigos, com este sistema passarão a depender ainda mais, com tudo o que isso implica (por exemplo, se no futuro o FB decidir mudar as regras).

Por outro lado, é uma manobra que poderá incentivar outros serviços a que façam o mesmo. Imagine-se que o Google, que já tão criticado é pelo poder que tem, decide fazer algo idêntico?


Não posso deixar de recear que este tipo de "inovações" nos esteja a levar em direcção a uma internet em que, em vez de uma rede mundial de interligações entre centenas de milhões de sites; acabará por ser uma cópia digital dos "pacotes de canais" dos serviços de televisão, onde para vermos alguns conteúdos teremos que ter conta no Facebook, para ver outros teremos que ter conta no Google, etc. etc.

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