2016/02/06

Apple está a "encravar" iPhones com reparações não oficiais


Um número crescente de utilizadores de iPhones tem-se deparado com um enigmático "Erro 53" depois de actualizarem os seus smartphones, e isso parece estar relacionado com reparações não oficiais que tenham sido feitas no equipamento.

O assunto parece ter surgido precisamente na altura em que se falou do upgrade de memória dos iPhones, que transforma um iPhone de 16GB num de 128GB por cerca de 50 euros; mas a verdade é que os relatos deste "erro 53" remontam a pouco após o início da utilização dos sensores Touch ID nos iPhones.

Quando a Apple adicionou o sensor de impressões digitais ao iPhone, fez questão de referir que o fez salvaguardando todas as questões de segurança, que incluem uma área completamente independente e "inacessível" para guardar esses dados, e até um canal de comunicação encriptado entre o sensor e essa zona especial de memória. É devido a essas protecções que a troca de um sensor Touch ID não se resume a uma simples troca de componente, e foi precisamente nesses casos que começaram a surgir os relatos do erro 53 (embora também surgissem alguns utilizadores a queixarem-se desse erro sem nunca terem feito qualquer reparação ou troca do sensor - provavelmente devido a problemas do próprio hardware).

Só que agora surgem relatos de que iPhones que estavam a funcionar perfeitamente passaram a dar este erro 53, após uma actualização do sistema. Uma situação mais intrigante - e frustrante - para os utilizadores. O mais certo é que, tal como aconteceu com as primeiras gerações de cabos lightning não oficiais, a Apple tenha adicionado uma forma de detectar componentes não oficiais no iPhone, e impedir a sua utilização com uma actualização; e para isso usa a justificação de que assim não pode garantir a segurança do dispositivo.

Se calhar, está na hora de vermos a Europa a fazer mais algumas das suas exigências, e exigir que qualquer fabricante de smartphones permita que os seus dispositivos possam ser reparados por "oficinas" não oficiais, tal como aconteceu com os automóveis. De resto, o caso da VW já nos mostrou as coisas a que se fica sujeito quando se deixam as empresas manter demasiadas coisas em segredo... ;P

13 comentários:

  1. De certa forma até percebo a Apple, mas também acho que acaba por ser exagerado.
    A questão que pode ser levantada na utilização de sensores não oficiais passa pela possível existência de uma memória extra que guarde os dados recolhidos pelo sensor e até estes dados serem enviados sabe-se lá para onde.
    A solução, do lado da Apple, poderia passar por lançar a mensagem, mas não inutilizar o dispositivo, nem que em último caso se mantivesse uma mensagem nas definições a lembrar o utilizador da possível falha de segurança existente no touchID.

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  2. Aquilo que a Apple quer e que faz todo o sentido é proteger a marca, garantir que o nome dela não venha associado a casos mediáticos e usurpação de dados, ou de falhas súbitas de hardware que possam manchar a imagem imaculada da empresa. E acho aberrante que se possa legislar nesse sentido, não querem prisão, não escolham um dispositivo Apple, não querem chatices, paguem e sujeitem-se. A obsessão de que a legislação resolve coisas é uma ilusão, sobretudo ao ritmo a que se rectificam leis e surgem novidades no mercado. Dois universos paralelos. Quanto a mim só acho que deviam difundir essas limitações publicamente, ficava bem e não surpreendia as pessoas.

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  3. Em um mundo cheio de processos em tribunal é normal que a empresa seja cautelosa. Um exemplo muito simples temos nos automóveis, onde uma chave não é apenas um pedaço de plástico e metal, ela precisa ser codificada na marca para funcionar correctamente. Creio que a Apple está certa.

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    1. Portanto, como mandei trocar as pastilhas de travão ( pastilhas de marca reconhecida mundialmente) numa oficina fora da marca, porque assim poupei 2/3 de €€€, ao meter a chave na ignição o sistema deteta a "pirataria" e não deixa o carro ligar..., porreiro!!!
      Folgo em saber que há pessoal que apoia..., NOT!

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    2. No exemplo citado não são as pastilhas de travão e sim a própria chave ou componentes do canhão de ignição. Qualquer alteração feita ao sistema de reconhecimento da impressão digital permite uma quebra de segurança em todo o processo. E quando vierem os pagamentos fraudados no Apple Pay, fotos roubadas, apps com gastos de milhares de dólares, o cliente vai culpar a assistência não-autorizada? Não, vai culpar a Apple. Esse princípio é válido para qualquer actividade.

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    3. E como usas essa lógica com os cabos lightning não oficiais?

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  4. A simples reparação do écran, tb dá direito ao erro 53, tb é por "segurança" ?!? ou seja apenas as "pastilhas" ;-).
    Muito mau ; mas continuem a comprar, se é caro é pq deve ser bom (NOT).
    http://www.theverge.com/2016/2/5/10923780/error-53-iphone-screen-repair-third-party

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    1. Empresas especializadas em reparar dispositivos iOS, como a iCracked vão mudar a forma como operam o sensor. Em casos em que o vidro frontal é partido, as companhias passarão a mover todo o conjunto relacionado ao TouchID para uma face nova, mantendo o funcionamento correcto do smartphone.

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  5. Qual é o espanto? Mas é que compra Apple a pensar que vai ser o dono do produto? Quem compra Apple sabe que está apenas a fazer um aluguer mas a pagar por uma aquisição. Como tal nunca é dono do seu aparelho e não pode andar a fazer o que quer e bem lhe apetece.

    Cambada de gente com a mania que é mais inteligente e livre que um macaco de laboratório.

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  6. Qual é o espanto? Mas é que compra Apple a pensar que vai ser o dono do produto? Quem compra Apple sabe que está apenas a fazer um aluguer mas a pagar por uma aquisição. Como tal nunca é dono do seu aparelho e não pode andar a fazer o que quer e bem lhe apetece.

    Cambada de gente com a mania que é mais inteligente e livre que um macaco de laboratório.

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  7. Também não consigo compreender esta atitude, se falamos de segurança mas o dito erro só é detectado depois de fazer atualizações, ou seja se não atualizar não há perda de segurança?

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    1. Segundo a Apple o erro 53 é resultado do controle de certificação de segurança feito para proteger donos de dispositivos da marca. O iOS checa se o sensor Touch ID em seu iPhone ou iPad bate com outros componentes do seu dispositivo. Se o iOS achar alguma incompatibilidade, o Touch ID e o uso do Apple Pay são desactivados. A medida de segurança é necessária para proteger seu dispositivo e prevenir o uso fraudulento do sensor Touch ID. A marca não confirma que os aparelhos ficam inutilizados e diz para os afectados procurarem a empresa caso o erro 53 ocorra.

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  8. Está visto que só quem não tem é que se queixa…

    Fazem muito bem… de onde vêm esses touchid's de substituição? Pois, é para que servem os iPhones roubados com iCloud lock.

    Queixem-se a quem vos fez a substituição.

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