Angola pode estar muito atrás de Portugal em termos de acesso à Internet, mas como mais uma vez fica demonstrado, a necessidade aguça o engenho, e há milhares de angolanos que não demoraram a encontrar a solução perfeita para piratear conteúdos a custo zero.
Com limites de dados reduzidos e tarifários bem dispendiosos, a maioria dos angolanos não tem condições para consumir gigabytes de dados de conteúdos pirateados. No entanto, os angolanos têm acesso a alguns programas, como o Wikipedia Zero e o Free Basics do Facebook, que permitem acesso gratuito e ilimitado às suas páginas - e com isso, fez-se luz ao final do túnel.
Noutros países estes serviços têm sido criticados por serem discriminatórios e contra o conceito de neutralidade da net, onde se pede que todos os bytes deverão ser tratados de forma idêntica e não haver uns que são gratuitos e outros que sejam pagos, etc. etc. Mas em Angola, este veículo de dados gratuitos foi rapidamente abraçado... pelos piratas.
Não demoraram a surgir páginas na Wikipedia com conteúdos pirateados, cujos links são partilhados em grupos fechados e restritos do Facebook, e que assim permitem que milhares de angolanos desfrutem desses conteúdos sem qualquer preocupação com o custo dos dados. Tal como no resto do mundo as medidas anti-pirataria não têm tido grandes resultados, também a Wikimedia (gestora da Wikipedia) se vê na ingrata situação de tentar impedir a inclusão desses conteúdos nas suas páginas, mas tratando-se de uma tarefa "impossível", pois por cada página rectificada rapidamente surgirão duas outras com os conteúdos indesejados.
Mais uma vez... a única forma de acabar com este tipo de coisa é fazer com que tal deixe de ser necessário, pois de outra forma - e como aqui fica demonstrado - nunca deixarão de ser descobertas formas criativas de contornar as limitações existentes para se conseguir aquilo que se deseja.
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