2016/04/24

Limites de dados estão a travar as famílias digitais que dependem do streaming


Os gigabytes já não são o que eram, e nos EUA já há famílias que têm que cortar nos serviços de streaming por não lhes poderem dar uso devido aos limites de dados impostos pelos operadores.

Como (infelizmente) bem sabemos, são poucos os operadores que realmente garantem um tráfego verdadeiramente ilimitado. A maioria defende-se atrás das indecifráveis PUAs (Política de Utilização Aceitável) para, basicamente, fazerem aquilo que lhes apetecer sem darem qualquer explicação ou justificação. No caso de um certo operador isso traduz-se por: quem ultrapassar os 500GB de dados mensais, terá a sua velocidade reduzida para valores tão ridículos que nem sequer permite a navegação na web.

O problema é que, se há uma década o valor de 500GB poderia parecer mais que suficiente para todo o tipo de utilização exagerada, hoje em dia esse valor começa a ser atingido com facilidade. E nos EUA são cada vez mais os utilizadores que atingem esses valores e se vêem obrigados a cortar nos serviços de streaming como o Netflix.

Uma hora de vídeo em alta-definição gasta cerca de 3GB; pelo que, se gostarem de ver um filme por dia, com uma média de 90 minutos cada, só aí já iriam 135GB. Mas... considerando que cada membro da família poderá querer ver o seu próprio filme, esse valor já se pode multiplicar por dois ou três, e adicione-se o consumo da navegação na web, outros serviços de streaming, como o YouTube e Spotify, a par da compra de alguns jogos em versão de download digital no PC ou consolas (onde facilmente se encontram jogos com 30-50GB) e o tal valor de 500GB começa a ser bastante curto - e isto não falando nos curiosos pelas experiências científicas, que pudessem querer descarregar os 300TB de dados do LHC que o CERN acaba de disponibilizar.

Felizmente, parece que os operadores também reconhecem esta necessidade de mexer nos limites e alguns deles estão a planear mudanças, tanto a nível de aumentar estes limites "secretos", como de disponibilizar opções "verdadeiramente ilimitadas" mediante o pagamento de um valor extra na mensalidade.

Afinal, há que relembrar que não basta oferecerem velocidade de 100, 200 e 400Mbps - é preciso que depois permitam que os clientes as utilizem sem estarem preocupados em bater nos limites. (Para referência, a 400Mbps, poderia-se atingir os 500GB de download em menos de 3 horas.)

4 comentários:

  1. E aqui no país das bananas eles querem impor um limite mais ridículo:

    4 Mb/s: 50 GB
    8 e 10 Mb/s: 100 GB
    15 Mb/s: 120 GB
    25 Mb/s: 130 GB


    Limites que são benéficos apenas as antigas mídias, desta forma você voltara a comprar revistas e jornais impressos, vai ter que assinar uma pacote de TV que é cheio de programas/filmes repetidos e preso em uma grade de programação, alem do excesso de propagandas.

    A velha mídia como os teles jornais não falam nada, afinal as emissoras de televisão são as únicos a ganharem com estes limites.

    A tal da Anatel que deveria fiscalizar o setor e defender o consumidor esta agindo de forma totalmente ao contrario.

    Depois de muita pressão da população a Anatel deu um "suspiro" informando que esta proibido o limite da intermete por tempo indeterminado, o que não significa nada para o consumidor, afinal eles podem liberar o bloqueio a qualquer momento, esta declaração foi apenas para as reclamações abaixarem e eles ganharem mais tempo.

    Depois de muita pressão a VIVO causadora de todos o problema informou que vai lançar planos com internet ilimitada, o que deve custar um absurdo tipo R$ 1.000,00.

    A OI e CLARO estão em cima do muro doidas para o limite serem impostos.
    Já a TIM que não tem Pacote de TV informou que não vai limitar a internet.

    #InternetLivre
    #InternetJusta

    Este vídeo explica perfeitamente a situação
    https://youtu.be/CVad6-9yPV0


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  2. Os clientes tem todos de dizer aos políticos para fazerem leis que obriguem as empresas a fornecer tráfego verdadeiramente ilimitado para qualquer velocidade que disponibilizem, e que só podem anunciar a velocidade efetiva a que a pessoa pode sempre navegar independentemente do tempo de utilização ou de ter usado 100 MB ou 1000000 TB de tráfego.

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  3. Haja o mínimo de bom senso.
    Os limites de consumo têm de existir. Sejam fixos e divulgados à priori ou duvidosos e escondidos atrás de termos vagos nos planos pseudo-ilimitados.

    Eu sei bem o que isso quer dizer porque infelizmente mudei de internet fixa para 4G recentemente e apesar do contrato limitar a 40Mbps, das 9h da manhã às 1h da madrugada não consigo passar dos 1-4Mbps. Sinal sempre forte, mas apesar de viver numa terra em que mal se consegue juntar pessoas para fazer um jogo da bola, os poucos consumidores são suficientes para deixar uma antena de joelhos 16h por dia.

    É claro que a primeira reação é atirar pedras e espalhar a revolta com o fornecedor de serviço que assume que conhece o problema mas não tem planos para investir nas infraestruturas da zona. Mas será mesmo que faz sentido que eu espere que uma entidade cuja finalidade é gerar lucro a fornecer um serviço, invista uma batolada de dinheiro para melhorar um serviço numa área que apesar de não conseguir encher um campo da bola, consegue ter um consumo de trafego ridiculamente alto?
    Certamente têm apenas uma "mão-cheia" de clientes com o plano mais barato, mas ainda assim conseguem saturar a rede. E o mais triste é que pelo perfil pouco tecnológico aqui da população, o mais certo é estarem a gastar trafego com "lixo" provocado por viroses ou software de "torresmos" esquecido mas sempre ligado.
    Para enriquecer esta intriga, um concorrente já anda a espalhar a fibra curadora-de-todos-as-maleitas... o que à partida podia ser boa ideia para mim, mas como eu preciso de mobilidade fico limitado ao 4G.

    Extrapole-se para outras tecnologias (fibra, adsl, coaxial) e outras regiões com maior densidade populacional e temos o argumento da maioria dos queixumes aos ISPs que se encontra na net.

    E de quem é a culpa? Do fornecedor que mesmo que não lhe apeteça, havendo concorrência, precisa de oferecer o melhor serviço que conseguir para no final manter ou melhorar o negócio e ter o seu tão desejado lucro? Do(s) "Zé"(s) que sem saber está a lixar a rede sempre que liga o computador? Da tecnologia que não consegue ter uma qualidade de serviço decente mesmo com poucos clientes?

    É aqui surgem os limites. São eles que fazem com que um contra-censo funcione: oferta de serviço teoricamente ilimitado sobre infraestruturas com limitações bem reais.
    Por isso escolham o vosso veneno:
    - querem voltar décadas atrás e ter limites de velocidades e trafego baixos mas qualidade de serviço a 99.9%?
    - querem velocidades altas e limites de trafego razoáveis para a maioria e correrem o risco de não vos chegar se ficarem demasiado dependentes do serviço?
    - querem velocidades altas e trafego teoricamente ilimitado (PUA duvidosas) e viverem na incerteza de dum dia para o outro, a vossa zona ficar saturada e a experiência teoricamente ilimitada que tinham antes, passar para um pesadelo?


    Se descobrirem a solução para este problema, agradecemos que expliquem o milagre. :)


    O Carlos, acha que é normal ver-se 1 filme por dia em HD por streaming e ainda andar no youtube spotify e afins? Ainda que tenha direito a tal, eu acho que essa família precisa é de sair de casa apanhar ar fresco e acima de tudo ser pragmática. Todagente sabe que se todos numa cidade decidirem ligar fornos, TVs, arcas, aquecedores ao mesmo tempo... puff, faz-se chocapic. Então porque é que acham que o mesmo não se aplica à internet?

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    1. A resposta é como disse acima: leis que proíbam tal prática, e que multem tipo 10% sobre o rendimento bruto na primeira vez, 20% na segunda... até encerrarem a empresa de vez por incumprimento repetido da lei.

      A questão do tráfego efectuado é uma falsa questão, isso é apenas para dar mais a ganhar aos gestores e accionistas.

      Tecnicamente só se justifica é ajustar a largura de banda disponível numa determinada área quando a "antena" tem mais dispositivos a ela ligados a puxar conteúdos mais do que aquilo que ela (a antena) consegue disponibilizar a nível rádio.
      Mas mesmo este problema já está a ser resolvido em alguns laboratórios e acho que até já existem soluções que permitem sem grandes modificações a nível do cliente resolver o assunto, penso que é uma mistura de antenas e software para o sinal rádio possa ser melhor direccionado e assim mais partilhado mas sem criar interferência.

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