2016/10/09

Inteligência artificial utilizada para criar bot que simula amigo que morreu


A inteligência artificial tem sido utilizada para criar assistentes virtuais com os quais podemos conversar, porque não utilizá-la para recriar pessoas que já não se encontram entre nós? Foi o que uma empresa fez, permitindo fazer regressar "à vida" um amigo que morreu vítima de um atropelamento.

A morte de Roman Mazurenko deixou todos os seus amigos em estado de choque, mas para Eugenia Kuyda esse trágico acidente serviu de inspiração para arranjar forma de continuar a falar com ele e dizer todas as coisas que ficaram por dizer. Para isso recorreu à ajuda dos seus colegas de trabalho, usando uma inteligência artificial que aprendeu com base nas milhares de conversas que ela tinha tido com ele ao longo dos anos... e o resultado foi um bot que tenta replicar a personalidade de Roman Mazurenko.

A ideia poderá chocar alguns, mas é também vista como sendo uma ferramenta que melhor permite lidar com o desaparecimento de um ente querido. Em muitas das situações, quem interage com o bot não está à espera que o bot substitua a pessoa que morreu, mas utiliza-o principalmente como ouvinte, aproveitando para dizer tudo aquilo que acha que ficou por dizer. Claro que será positivo ter um bot que é capaz de se aproximar do tipo de resposta que a pessoa daria... mas também é preciso estar consciente de que mesmo a "inteligência artificial" de que dispomos actualmente tem limites, e estamos sujeitos a ter respostas completamente absurdas e/ou despropositadas.

Dito isto, nem sei se não se tornará ainda mais assustador pensar que um dia se tenha tecnologia que nos permita recriar com total fidelidade alguém que já morreu, e que tenha reacções tão realistas que até nos deixe a pensar se realmente será apenas uma máquina... ou algo mais?

1 comentário:

  1. Este conceito levado ao extremo, no episódio 1 da Temporada 2 de "Black Mirror": "Be Right Back" https://www.youtube.com/watch?v=ld9m8Xrpko0 Aconselho vivamente esta série de antologias.

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