2017/01/19
Processo nos EUA quer que Apple impeça iPhones de enviar mensagens ao volante
Os EUA são o país dos "processos" e desta vez temos um que pretende culpabilizar a Apple pelo facto de não impedir os utilizadores de lerem e enviarem mensagens enquanto estão a conduzir.
Embora se possa estar completamente solidário com a ideia de reduzir os muitos acidentes causados pela distracção dos condutores - o processo alega que os iPhones são responsáveis por 52 mil acidentes por ano, só na Califórnia, e que resultam numa média de 312 mortes anuais - o caso torna-se ridículo por não se preocupar com a utilização dos smartphones (ou até telemóveis) em geral, mas dirigir-se especificamente e somente à Apple e aos iPhones.
Em parte isso poderá dever-se ao facto da Apple ter pedido uma patente em 2014 relacionada com o bloqueio de funções que poderiam causar distracção quando fosse detectado que o utilizador estava a conduzir; mas facilmente se percebe que esse é o tipo de tecnologia que só funciona bem na teoria... pois no mundo real será praticamente impossível conseguir diferenciar entre um dispositivo que esteja a ser utilizado por um condutor, ou pelo passageiro ao seu lado. Aliás, qualquer tentativa de o fazer poderia resultar apenas em ainda maior distracção, com o condutor a sentir-se obrigado a fazer "acrobacias" para tentar contornar os sistemas de de detecção!
Enfim... talvez fosse mais fácil exigir que durante a formação se fizessem demonstrações mais eficazes de como a utilização de um smartphone pode afectar a condução (por exemplo, utilizando tecnologia VR para garantir um maior realismo); ou então exigir penas mais pesadas para todos os que fossem apanhados a usar o smartphone enquanto conduzem.
Do lado dos fabricantes, penso que a única coisa que seria lógico exigir-lhes, seria agilizar e desenvolver os seus sistemas de comandos por voz, assim como os modos simplificados para utilização em automóveis para minimizar a distracção ao volante... E esperar que isto chegasse a tempo de ainda ser útil (leia-se: antes de termos as estradas abertas apenas a veículos autónomos, passando a ser proibido conduzir manualmente.)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Acho que a lógica é assim: processam a Apple porque registou uma patente com essa finalidade. Forçando a Apple a criar um sistema, logo se vê se é possível obrigar outros fabricantes a implementá-lo também.
ResponderEliminarEstive a ler o que escreveu quem andou de volta da patente e é assim:
- Para se detetar que o carro está em movimento é (relativamente) fácil, com o conjunto de sensores que tem o iPhone+GPS. O Android também.
- Agora, para saber se quem o está a usar está no lugar do condutor, no "lugar do morto", ou no banco de trás é preciso usar a câmara fotográfica - o que li diz que será uma fotografia tipo selfie, apanhando duas pessoas, ele e o condutor (acho que podia ser uma fotografia apanhando o condutor+volante). Esta parte não parece ser fácil e certamente não estará ainda funcional.
Requerer uma patente não significa que já se tenha desenvolvido a tecnologia para a tornar inteiramente funcional. Não estou a ver um juiz a dizer à Apple: "Registou uma patente, não registou? Já teve mais do que tempo de desenvolver a tecnologia para a pôr em prática. Dou-lhe mais seis meses".
Até que tinha a sua graça.
P.S. A causa é meritória. Mas mesmo que a Apple criasse esse sistema, o mais certo era aparecer alguém com a forma de lhe dar a volta.