Investigadores estão a inspirar-se nos olhos humanos para melhorar a capacidade de visão dos sensores de imagem, aplicando micro-lentes que permitem recriar uma espécie de fóvea virtual.
Nós podemos achar que "vemos bem", mas na verdade essa é apenas uma das grandes ilusões com que o nosso cérebro nos engana. Os nossos olhos têm apenas a capacidade de ver uma muito pequena área do nosso campo visual em verdadeira alta-resolução: o equivalente a um polegar com o braço esticado à frente dos olhos. Tudo o resto é visto em baixa-resolução, com a ilusão de que vemos bem a ser criada pelo facto de que, quando olhamos para o que quer que seja, estarmos a posicionar a pequena área de alta-resolução precisamente sobre aquilo que queremos ver.
Investigadores estão a tentar aplicar um conceito idêntico aos sensores de imagem, utilizando micro-lentes.
Em vez de se utilizar uma única lente que tenta focar uma imagem num único ponto, estas micro-lentes permitem que o sensor possa adoptar um comportamento mais parecido com o dos nossos olhos, em que se passa a ter uma área central com resolução melhorada uma visão periférica com resolução reduzida.
A ideia é que assim, tal como acontece no nosso cérebro, poderá poupar-se processamento, permitindo que o mesmo seja mais direccionado para as partes que interessam. Levado ao extremo, este tipo de sistemas poderá mesmo permitir que um único sensor possa simultaneamente captar imagens com diferentes níveis de ampliação, em diferentes pontos de focagem, com a imagem final a ser recriada matematicamente com base em toda a informação recolhida (um pouco ao estilo do que é feito com os sensores light field).
Vamos lá ver se um destes dias esta tecnologia encontra o seu caminho até um smartphone, e a possamos por à prova.
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