Sendo que ainda há pouco falamos de sensores para as câmaras para smartphones, fará também sentido espreitar o quanto as coisas são diferentes quando se fala de sensores para telescópios.
Se num smartphone nos damos por felizes por ter sensores de 12MP, 16MP ou até de 21MP (mas chegando a 41MP, como no caso de alguns Nokia), quando o objectivo é espreitar o espaço profundo com a máxima resolução possível as coisas são... ligeiramente diferentes.
O LSST (Large Synoptic Survey Telescope) é um telescópio com espelho de 8.4 metros que está a ser construído no Chile, e que irá ajudar a explorar coisas como asteróides próximos da Terra, a formação da Via Láctea, assim como as sempre misteriosas dark matter e dark energy.
Este telescópio vai usar um sensor CCD da Teledyne e2v criado especificamente para o efeito (custando vários milhões de euros!) e que na verdade consiste em 189 sensores independentes que serão montados como sendo um só, com um total de 3.2 gigapixels de resolução. O espaçamento entre os sensores é de apenas 0.25mm para minimizar a área inutilizada, e a sua superfície será completamente plana (com uma variação máxima 20 vezes inferior à espessura de um cabelo) para garantir que a focagem será o mais precisa possível.
E uma vez que de nada serve ter um sensor com tal resolução se depois não se conseguir aceder às suas imagens em tempo útil, este mega-sensor consegue transferir os seus 3.2 gigapixeis de dados para um computador central em poucos segundos (algo a ter em conta da próxima vez que acharem que a vossa câmara está a demorar demasiado tempo a gravar uma foto com algumas dezenas de megapixeis.
... Sabendo-se que a evolução tecnológica tem por hábito superar todos os limites que se pensam ser possíveis (veja-se o caso dos 640KB de memória do DOS, ou dos endereços IPv4) interrogo-me se qualquer dia teremos smartphones - ou dispositivo mobile equivalente - que venha com câmara Gigapixel. :)
Já mexemos com átomos como quem mexe com berlindes, portanto já não digo nada. :-)
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