SpaceX vai criar cápsula Dragon "poderosa" para reentrada controlada da ISS

A NASA seleccionou a SpaceX para realizar o capítulo final da ISS (Estação Espacial Internacional) com a sua reentrada controlada na atmosfera.

A ISS há muito que ultrapassou o seu prazo de validade e tem enfrentado cada vez mais problemas devido à sua idade. Como tal, e apesar de todas as saudades que deixará, irá ser abandonada e destruída em 2030. Mas, tratando-se da maior construção humana fora do nosso planeta, não se pode simplesmente abandoná-la e deixar que se desintegre na atmosfera sem qualquer controlo.

A SpaceX vai criar uma cápsula específica para desacelerar a ISS e fazer a sua reentrada de forma controlada. Apesar das suas parecenças com a cápsula Dragon existente, será um veículo completamente novo, com seis vezes mais combustível e quatro vezes mais poder de propulsão. A manobra de desaceleração da ISS será feita ao longo de quatro dias, colocando-a numa trajectória que assegura que qualquer potencial destroço que resista à reentrada não caia sobre áreas habitadas.

So turns out this vehicle is 30t, so no falcon would even be able to launch it, as structural limit for all falcons is 24t

What is happening is SX are handing off the vehicle to NASA, who will procure a launcher for it, but I guess there’s 0 possibility of a falcon Heavy launch https://t.co/BngrwthL8v

— Amateur (@Amateur_Astro1) July 17, 2024

Curiosamente, a NASA só contratou a SpaceX para o fornecimento da cápsula, e será responsável pelo seu lançamento até ao espaço - algo que até acaba por funcionar a favor da SpaceX, já que esta nova cápsula deverá ter uma massa de 30 toneladas e os foguetes Falcon têm um limite estrutural de 24 toneladas - algo que poderá ser feito com o ultra-dispendioso SLS da NASA.

Será um espectáculo digno de se ver, tanto no lançamento deste veículo como o da reentrada da ISS, mas que deixa várias interrogações a nível da desejada cooperação internacional do nosso planeta como um todo, pois atira a exploração espacial de forma quase exclusiva para a mão das empresas privadas.