Figura controversa mas inegavelmente marcante, Steve Jobs dá finalmente por concluída a sua presença no palco mediático da tecnologia, no qual tem reinado nos últimos anos. Sim, Steve Jobs demitiu-se do cargo de CEO da Apple, empresa que fundou em 1976 com Steve Wozniak e Ronald Wayne (este último, que sem dúvida ficará arrependido pelo resto da sua vida, por ter saído da empresa e vendido a sua quota por um valor "irrisório").
Na sua carta de despedida, Steve Jobs agradece aos seus colaboradores (e amigos) todo o tempo que passou na Apple, e recomenda Tim Cook como seu sucessor.
Mas, não se pense que Jobs corta relações com a Apple. Como se pode ver, Steve Jobs continuará a desempenhar o papel de Chairman of the Board.
Sem dúvida que o estado de saúde de Steve Jobs será um dos factores fundamentais por esta decisão, que o remove do posto de comando que lhe assentava como uma luva. Jobs era considerado um "ditador" e perfeccionista, mas era sua sua exigência que lhe permitiu ir inovando e criando novos produtos ao longo das décadas.
Embora os Macs tenham estado na origem da Apple, e não se deva esquecer os agora menos carismáticos iPos, Steve Jobs ficará certamente rotulado para a história como o responsável pela criação do iPhone e iPad. O primeiro, um smartphone que revolucionou o mercado, numa altura em que os "gigantes" da época se riam perante a perspectiva de uma companhia informática se intrometer na "sua" área; o segundo, pela concretização efectiva do conceito e sonho de ter um tablet, leve, fino, com longa autonomia, que se pudesse tornar num equipamento capaz de transformar a forma como interagimos com os computadores e a informação.
Se o objectivo de Jobs era transformar o mundo, parece-me seguro podermos dizer que o seu objectivo foi plenamento concluído.
O que virá a seguir? Tim Cook pode ser um excelente executor de tarefas, mas nem ele - nem ninguém - conseguirá verdadeiramente substituir o papel de Jobs enquanto visionário. Mas, na verdade, é ele que tem gerido a companhia nos últimos tempos, desde que Jobs começou a ter as complicações de saúde. Nesse aspecto, não haverá nenhuma "mudança radical" entre ontem e hoje... e isso será um ponto positivo.
Ainda assim, diz-se que Jobs pretende continuar a estar activamente envolvido no desenvolvimento de novos produtos (o que não será novidade nenhuma), algo que poderá continuar a fazer - mas agora sem as preocupações diárias da gestão da companhia que um CEO tem que enfrentar.
Com a Apple no seu expoente máximo (tendo-se tornado na companhia mais valiosa do mundo, com mais dinheiro em caixa que o Governo dos EUA e os 30 maiores bancos europeus), Steve Jobs sai no seu momento certo com a plena satisfação de ter feito o seu trabalho.
Em baixo, a carta de despedida de Jobs, em inglês:
To the Apple Board of Directors and the Apple Community:
I have always said if there ever came a day when I could no longer meet my duties and expectations as Apple’s CEO, I would be the first to let you know. Unfortunately, that day has come.
I hereby resign as CEO of Apple. I would like to serve, if the Board sees fit, as Chairman of the Board, director and Apple employee.
As far as my successor goes, I strongly recommend that we execute our succession plan and name Tim Cook as CEO of Apple.
I believe Apple”s brightest and most innovative days are ahead of it. And I look forward to watching and contributing to its success in a new role.
I have made some of the best friends of my life at Apple, and I thank you all for the many years of being able to work alongside you.
Steve
Será que terá receio de ser a face da era em que a Apple caiu aos pés da Google, ficando assim como o detentor do título de CEO da era em que a Apple reinou? (comentário polémico :-p)
ResponderEliminarDe qualquer das maneiras deixou o seu trabalho mais que feito (na minha opinião) e nada mais merece que os parabéns pelo que fez
Caro Nuno Simões: eu conheço o percurso de Steve Jobs e vi as suas últimas aparições públicas. Por isso, não acho o teu comentário polémico - apenas de gosto algo duvidoso.
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