Lembram-se do HUD da Garmin que coloca as indicações da navegação mesmo à frente dos vossos olhos? O site Ars Technica já esteve a experimentá-lo, e os resultados poderão ser um pouco desanimadores. É que embora a ideia de ter as informações projectadas no pára-brisas (ou no pequeno ecrã de plástico que o acompanha) - e assim evitar que se desviem os olhos durante a condução - seja bastante atractiva; na prática o resultado deixa a desejar.
O sistema utiliza um pequeno ecrã VFD, que faz com que a informação seja apresentada de forma sempre bem visível mesmo quando se usa durante o dia (o brilho é regulado automaticamente), mas utiliza padrões pré-definidos, com símbolos e números "fixos".
Isto faz com que a informação que pode apresentar é limitada, e não poderá ser expandida no futuro - embora cumpra com o essencial que se pode esperar de um sistema de navegação: distância para a próxima mudança de direcção, tempo de chegada ao destino, indicação da direcção a seguir, e até qual a faixa mais adequada. Faz também com que este ecrã necessite de alimentação de 12V num adaptador de ligar ao isqueiro do carro - que felizmente inclui uma porta USB para que possam ligar o vosso smartphone sem recear que fique sem bateria ao final de alguns quilómetros de viagem.
Mas, o que poderá custar mais a aceitar é que este HUD necessita obrigatoriamente de estar emparelhado via Bluetooth com um smartphone que esteja a correr uma das apps da Garmin que suporta a sua utilização. Isso faz com que para além dos $149.99 pedidos por HUD, sejam obrigados a gastar $49 adicionais na compra de uma app. (A Garmin bem que poderia ter oferecido uma app com a compra do HUD.)
Isto significa também que não o poderão usar para ver informações de qualquer outra app que preferissem usar (como a navegação do Google Maps ou da Apple).
Por tudo isso, tudo se resume ao preço do conjunto: $149 + $49 para ter um pequeno ecrã que apenas pode exibir informação limitada, e que obriga a terem mais um cabo a atravessar o tablier em direcção à tomada do isqueiro, e que continuará a exigir que utilizem o smartphone como sistema central de navegação... torna-se demasiado puxado.
Talvez em gerações futuras se possam ter destes ecrãs a preços muito mais apetecíveis - e os sistemas operativos mobile possam implementar sistema de notificações "standard" para informação de navegação, que permitiriam que qualquer app pudesse comunicar este tipo de equipamentos. Mas isso são demasiadas variáveis - com poucas esperanças de alguma vez se virem a concretizar.
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ResponderEliminarTalvez este sistema resolvesse um problema meu, que certamente não é exclusivo.
ResponderEliminarPassei a usar óculos de ver ao longe para conduzir. Resultado, deixei de ver bem o ecrã do GPS - só se tirar os óculos :)
A propósito, segundo o "médico dos óculos" me explicou, não se distinguem dois níveis de visão - ao perto e ao longe - mas três:
- ao perto - até 40 cm (ler um livro)
- visão intermédia - dos 40cm até +/- 1,5m (ecrã do computador)
- ao longe (sobretudo os nomes nas placas de trânsito à noite que me andavam a falhar)
- Os óculos abrangendo os três comprimentos são os "progressivos", mas a área da lente para visão intermédia é pouco mais que um risco no meio da lente, é preciso andar com a cabeça para cima e para abaixo para se acertar com a melhor definição para a leitura das linhas de texto no ecrã do computador. As lentes progressivas boas são (muito) caras.
- Os óculos para visão "ao perto e visão intermédia" chamam-se "interview". A parte de cima da lente é para visão intermédia, uma área bastante maior do que nos progressivos e não é preciso abanar a cabeça para cima e para baixo para acertar. O problema da graduação destas lentes é que são construídas/pré-fabricadas segundo uma relação matemática (se ao perto são x dioptrias, então a intermédia é x/n dioptrias) que pode não se ajustar aos problemas de visão de cada pessoa. Se o vosso problema é o de ver o ecrã do computador é de visão intermédia, que é distinta da visão ao perto e ao longe.
- Os óculos para "ao longe e ao perto" são os bifocais.
Acho que vou ter que arranjar um tipo de "bifocais" que seja "ao longe" + "neutro" ou "ao longe" + "visão intermédia" (que é o que pode ser preciso para ver bem o ecrã do GPS). Andar a pôr e a tirar os óculos de ver ao longe é que é uma chatice (e um perigo).
P.S. Normalmente estou atento às coisas, acho que reproduzi bem o que me disse o especialista, mas não é "ciência certa".