Usar Google Glass no Cinema deu direito a interrogação pelo Homeland Security

Poderia pensar-se que com o decréscimo de espectadores nos cinemas, estes estivessem focados em melhorar as condições e o tratamento dado aos clientes; mas como um espectador que levou uns Google Glasses para ver um filme descobriu... isso valeu-lhe um episódio traumático de intimidação pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.


Este espectador - que prefere manter-se no anonimato - estava a ver um filme com a sua esposa, e estava a usar os seus Google Glass, que estão adaptados aos seus óculos normais, como já tinha feito anteriormente naquele mesmo cinema. Mas a meio da sessão, foi abordado por uma pessoa que lhe mostrou um distintivo e lhe pediu para sair da sala. Lá fora, quase uma dezenas de polícias e agentes estavam à sua espera, e rapidamente começou o interrogatório em tons pouco simpáticos - de que ele estaria a gravar o filme.

Embora tenha insistido continuamente para que os agentes (do Departamento de Segurança Interna!) ligassem os Glass a um computador para verem que não continha nenhuma gravação; a interrogação continuou por várias traumatizantes horas. Por fim, lá se decidiram a ligar o Glass a um computador e descarregar as fotos e vídeos - e onde em vez de verem as fotos mais recentes, percorreram todas, uma por uma - e depois de alguns minutos, lá deram o caso por encerrado, sem no entanto darem resposta à pergunta de que porque não tinham começado logo por fazer isto.

Resultado final: uma experiência traumatizante e a ridícula oferta de dois bilhetes para que pudesse ver novamente o filme...


Por muito que se queira fazer da partilha ilegal de filmes um "grave problema", a desproporcionalidade com que estas situações estão a ser tratadas mostram bem o absurdo a que isto tem chegado. Não bastaria os próprios funcionários do cinema ou seguranças do centro comercial, abordarem o indivíduo e esclarecerem a situação, chamando a polícia se fosse caso disso? É necessário recorrer à Homeland Security e a interrogatórios que mais seriam adequados a terroristas para algo deste tipo?

... Sinceramente, depois não se queixem que as pessoas optem por ficar em casa a ver esses filmes. (Pelo lado positivo, tendo isto acontecido nos EUA, imagino que se este senhor quiser processar a sala de cinema pela experiência traumatizante que passou, provavelmente conseguirá receber uma boa quantia com a qual montar um belo Home Cinema em casa que lhe permita esquecer este incidente.)