2014/02/22
A distância de Marte
Não é a primeira vez que aqui abordamos a questão da distância que nos separa de Marte, mas sabendo-se que as órbitas não são círculos perfeitos e que Terra e Marte não giram em torno do Sol de forma sincronizada, saber a distância até Marte é algo bem mais complicado do que apresentar um único número.
Sabendo-se que os planetas têm órbitas elípticas, facilmente se consegue imaginar que existe uma distância mínima e máxima que separa os dois planetas. No ponto de maior aproximação teórico, caso o ponto de aproximação máxima de Marte ao Sol ficasse perfeitamente alinhado com a Terra no seu afastamento máximo do Sol, Terra e Marte ficariam a apenas 54.6 milhões de quilómetros de distância. Curiosamente, isto é algo que nunca aconteceu, e o recorde de aproximação conhecido deu-se recentemente, em 2003, com uma distância de 56 milhões de quilómetros.
Quando se olha para o afastamento máximo entre estes planetas, a diferença é... astronómica: 401 milhões de quilómetros, cerca de oito vezes mais que o seu afastamento mínimo.
Isto significa que no seu ponto mínimo uma comunicação entre Terra e Marte poderia ter um atraso de apenas 3 minutos; mas no afastamento máximo, qualquer comunicação via rádio (ou mesmo lasers), demoraria mais de 22 minutos para lá chegar. Em média, as comunicações entre Terra e Marte têm um atraso de 12.5 minutos.
... E não esquecer que estamos a falar do nosso vizinho mais próximo! Se a humanidade tiver aspirações a visitar planetas mais distantes (ou até outras galáxias), vai ser necessário arranjar uma forma de quebrar a inquebrável barreira da velocidade da luz - mesmo que seja com recurso a "batotas" como os wormholes e outros métodos esotéricos (como o emparelhamento quântico) que contornam essa limitação de não se poder ultrapassar a velocidade da luz.
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Para "resolver" esse problema muitos autores de ficção científica utilizam nas suas historias o Ansible, um aparelho que permite comunicações instantâneas entre 2 pontos quaisquer do universo. Muitas vezes nem explicam o princípio de funcionamento, simplesmente se aceita a sua existência (e ignoram-se os paradoxos relativistas) para bem do enredo.
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