2014/02/04

Adobe relembra-nos porque não se deve tolerar o DRM


Não têm faltado exemplos, ao longo das últimas décadas, de como o mecanismo que nos tentam fazer passar como sendo benéfico para os utilizadores e clientes finais - o famigerado DRM (Digital Rights Management) - é precisamente o oposto. Mas agora, temos mais um caso que nos chega da Adobe.

A Adobe anunciou um novo sistema de DRM para os livros digitais ePub que começará a pedir aos editores de livros digitais que utilizem a partir de Março, sendo que em Julho terminará o suporte para o sistema de DRM antigo. O pequeno problema é que com esta medida, muitos milhares de equipamentos e pessoas irão perder o acesso a novos conteúdos.

Sabendo-se como o panorama de actualizações por vezes é desolador nos smartphones, facilmente se pode imaginar que no caso dos ebook readers a coisa será ainda pior. Aliás, muitos destes leitores são versões OEM que não têm qualquer tipo de suporte e cujas marcas já desapareceram do mercado. Nesse caso, não restará outra alternativa a estes utilizadores a não ser limitarem-se a ser livros digitais sem DRM - ou, regressando à realidade, fazendo aquilo que qualquer pessoa racional fará: arranjando uma versão daquilo que quer ler, num formato que consiga ler no seu leitor.

Ou seja, o tão aclamado DRM benéfico para os utilizadores acaba por não passar de um verdadeiro incentivo para que os utilizadores descontentes procurem formas alternativas de conseguirem ver aquilo que esperavam ter direito de ver e ler legalmente. E o mais caricato é que por muito que os utilizadores que ainda tiverem direito a actualizações possam querer justificar a sua utilização... será apenas uma questão de tempo até que também eles caiam no esquecimento de uma qualquer nova versão de DRM, forçando-os a recorrer igualmente a conteúdos de origens não oficiais.

Não seria tão bom se os produtores e editores se preocupassem em facilitar o acesso aos seus conteúdos em vez de gastarem milhões com medidas completamente ineficazes e contra-producentes como o DRM? Veja-se o caso dos filmes, onde os estúdios "derreteram" milhões e milhões para proteger os seus discos blu-ray... cujas cópias integrais circulam pela internet semanas antes de sequer chegarem às lojas.

Já era tempo desses senhores abrirem os olhos para a realidade....

5 comentários:

  1. Realmente gastaram um pipa de massa com a guerra do blu-ray e passados estes anos todos nem um leitor comprei! e vou vendo conteúdos em HD...

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    1. Para isso (leia-se BR) a resposta é: formato digital apenas tenho BR cá em casa porque tenho uma PS3 senão estaria na mesma situação...!

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  2. Anónimo4/2/14 22:01

    We pillage, we plunder, we rifle and loot
    Drink up, me 'earties, yo ho
    We kidnap and ravage and don't give a hoot
    Drink up me 'earties, yo ho

    Yo ho, yo ho, a pirate's life for me

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  3. Anónimo5/2/14 17:08

    Para todos os "inteligentes" que se gabam de ver conteúdos em HD sem BR, e que são descarregados ilegalmente (que não será o caso do João/silver certamente) apenas posso dizer que é uma desgraça haver pessoas assim e que o façam sistematicamente e, pior, se venham gabar disso! Uma coisa é comprarem ou alugarem a maior parte, outra é sistematicamente ilegalmente. É estúpido e levam os negócios à falência, e só mesmo um mentecapto acha isso correcto.

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    1. Atenção que HD nada tem a ver com BR, isso é apenas um suporte... Entre emissões HD, compra de filmes online em HD, streams online HD, etc. tens muitas formas legais de ver HD sem BR e sem qualquer ilegalidade.

      (Claro que temos a eterna questão de um filme "HD" comprado no iTunes ocupar 3 ou 4GB. quando num bluray ocupa 20 ou 30GB com bitrate bastante superior... mas esperemos que o H265 venha minimizar essas diferenças...)

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