O Reino Unido quer proteger os bons costumes e a segurança dos seus cidadãos e obrigou os ISPs a bloquearem todo o tipo de pornografia. Agora, parecem estar a seguir exactamente o caminho que todos apontavam como sendo o mais receado... e vão expandir a censura aos sites considerados "extremistas".
O problema com a censura é que quando se pretende começar a filtrar o que é indesejado depressa se depara com o velho dilema de ter que decidir o que é aceitável ou não, e isso rapidamente se transforma numa descida escorregadia que não tem solução possível. É fácil começar-se por algo como a pornografia - como aconteceu em Inglaterra - e que logo por tabela bloqueou inúmeros sites que de apoio e informação a vitimas de violência sexual, sites de informação médica, etc. Mesmo com os responsáveis britânicos a dizerem que o sistema falhou e que precisa ser revisto, isso não parece estar a abrandar as suas intenções de controlar cada vez mais o que é desejável ou indesejável - pelo contrário.
Agora, o governo britânico prepara-se para adicionar à lista de sites bloqueados todos os que tiverem conteúdos "extremistas". E claro, mais uma vez servem os radicais como desculpa: não queremos sites que ensinem a fazer bombas, nem incitem à rebelião... e a maioria das pessoas poderá até achar muito bem.
Mas o problema é... e quando um site "extremista" for um que esteja a revelar os atropelos que determinadas forças militares estiverem a cometer em certo país? Ou se for um site que revele alguns escândalos governamentais? Ou até um que deseje revelar informações ao estilo que Edward Snowden tem revelado, da espionagem que estes países fazem sobre os seus próprios cidadãos e os seus ditos aliados?
Certamente também isso será considerado "extremista" e "indesejado", certo?
... Não sei como é possível a UE permitir que o Reino Unido implemente e expanda este tipo de censura que seria inadmissível num país dito civilizado - e que parece tornar realidade os mais assustadores receios de George Orwell. Ainda bem que ele já por cá não está para ver isto, senão estaria certamente a repetir: "Eu bem vos avisei..."
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