2014/05/05
50 anos de BASIC
Não sei se serei apenas eu a ainda considerar os "computadores" como sendo algo recente... e depois fico surpreendido ao ser confrontado com a dura realidade de que isso não representa apenas uma ou duas décadas, mas já mais de meio século, como facilmente se comprova pela idade de uma das mais conhecidas (e por vezes mais detestadas) linguagens de programação: o BASIC.
O BASIC foi criado originalmente em 1964 por John G. Kemeny e Thomas E. Kurtz no Dartmouth College em New Hampshire. O seu objectivo era, como o próprio nome da linguagem demonstra, criar uma linguagem de programação básica que permitisse a qualquer pessoa programar. Para isso recorreram a comandos que eram transpostos da língua inglesa e que facilitavam a sua compreensão.
O seu objectivo foi cumprido, e nas décadas seguintes muitas foram as versões e variantes do BASIC que se foram disseminando por todo o lado, tornando-se - em muitos casos - na primeira linguagem de programação com que muitos se iniciaram no mundo dos computadores. Quantos não terão escrito o célebre programa nos seus ZX Spectrum:
10 PRINT "OLA"
20 GOTO 10
E ver o ecrã a preencher-se com OLA, ou outro texto que lá colocassem... (E já nem falo do longos programas que se transcreviam das revistas da época, e que nos final nos recompensariam com um qualquer jogo ou outra coisa - isto nos casos em que um qualquer erro qualquer na revista ou nessa transcrição não nos estragava a festa!)
Mas nem todos se tornaram fãs do BASIC. Logo desde o início houve quem criticasse a linguagem por dar demasiadas facilidades e permitir "maus hábitos" de programação, como o infame "GOTO" que permitia saltar para qualquer outra linha do programa, escapando assim aos constrangimentos que as boas práticas da programação lógica e estruturada recomendam.
Na minha óptica, isso acaba por ser um pormenor... Penso que é mais saudável facilitar o acesso à programação e fazer com que as pessoas tenham interesse em experimentar e brincar com uma linguagem por não se sentirem intimidadas com ela, e posteriormente (ou logo desde o início) aprenderem as melhores formas de a utilizar; do que usar apenas linguagem crípticas que assustam qualquer iniciante.
Uma coisa é certa, não é todos os dias que vemos uma linguagem de programação celebrar o seu 50º aniversário. Parabéns BASIC, por teres sido a porta de entrada pela qual muitas pessoas se aventuraram no mundo da programação ao longo destas décadas.
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Há uns tempos atrás interessei-me pelo Microsoft Small Basic - "Is a simplified version of Microsoft's programming language Visual Basic, suitable for kids and beginners"
ResponderEliminarO seu criador pretendia uma ferramenta, inspirada no longínquo BASIC, para pôr crianças/jovens a programar, em vez de meros utilizadores de aplicações de produtividade pré-formatadas e de jogos.
Achei muito interessante, embora se trate de um Visual Basic simplificado, muito longe do BASIC original, mas com a mesma capacidade de pôr toda a gente a programar de forma simples.
http://smallbasic.com/
eu aprendi a programar na casio. nem sabia na altura que era programar. li o livro e toca a programar :)
ResponderEliminareu tive na faculdade em 1998, quando já era considerado "latim", mas serviu para perceber que programação não era para mim. :)
ResponderEliminarA mais antiga linguagem dita de alto nível é o Fortran, que foi criado em 1957 e que teve uma larguíssima utilização em programas de caráter científico. Tem vindo a evoluir ao longo dos anos e ainda se usa.
ResponderEliminarOutra linguagem muito antiga é o Cobol, criado em 1959 para tratar grandes quantidades de dados nos mastodônticos mainframes da IBM. Tem-se vindo a adaptar ao longo dos tempos, chegando ao ponto de permitir a programação por objetos, e ainda hoje é a linguagem mais utilizada, de entre todas, em bancos, seguradoras e na gestão da informação interna de grandes empresas multinacionais em geral (gestão de pessoal, gestão de stocks, contabilidade, etc.).
A fim de obrigar os programadores a evitar os "maus hábitos" permitidos pelo BASIC, Fortran e outros, e forçar uma programação estruturada, surgiu o Pascal em 1970. É uma linguagem clara e inteligível que, graças à sua estruturação, torna os programas igualmente claros e inteligíveis. Eu aprendi a programar em BASIC, mas se fosse eu a mandar, mandaria que se ensinasse a programar em Pascal.
A partir do Pascal surgiu uma infinidade de outras linguagens mais ou menos estruturadas, desde o popularíssimo C e C++ até linguagens caídas no completo esquecimento como o PL/M ou o Chill. Uma palavra se impõe, no entanto, a respeito do Chill: deve ter sido a primeira linguagem a permitir desenvolver programas destinados a executar múltiplas tarefas em múltiplas plataformas em simultâneo. Porém, a linguagem Ada, entretanto surgida, atirou o Chill para fora da carroça e já ninguém fala dele.