2015/12/01

Adobe continua afastamento do Flash

Tempos houve em que o Flash era visto como o futuro da web, permitindo todo o tipo de interactividade que o HTML não permitia. Mas os tempos mudam, e agora é a própria Adobe que se vai afastando cada vez mais do Flash, que se vai tornando cada vez mais desnecessário (e até indesejado) face às funcionalidades que o HTML tem vindo a aprender ao longo dos anos.

Este afastamento do Flash por parte da Adobe não é apenas filosófico, é mesmo literal. Basta olhar para o Flash Professional, que deixa cair o nome Flash para se tornar no mais genérico Adobe Animate CC. Mas é um afastamento que é feito de forma natural, com a simples constatação de que a evolução do HTML veio permitir fazer grande parte das coisas que há uma década atrás apenas era possíveis recorrendo ao Flash.

Também será curioso relembrar a resistência à mudança, que hoje provavelmente já terá sido convenientemente esquecida por muitos... Lembram-se disto?


Sim, o início do fim do Flash não foi fácil, com um Steve Jobs farto de um Flash cheio de vulnerabilidades e que era capaz de derreter a autonomia de um MacBook; e que nem se dignou a permitir que corresse no iOS. Muito o iOS foi criticado por não correr Flash... mas avance-se um pouco, e assistimos ao fim do Flash para dispositivos mobile; e a sua utilização nos dispositivos começa a ser encarada como uma "obrigação" indesejada.

Importará também referir que nem tudo é mau. O Flash, tal como qualquer outro sistema, pode ter as suas (muitas) vulnerabilidades e falhas, mas acima de tudo dependia do uso que os programadores ou designers lhe dessem. Tal como há apps bem e mal feitas, também no Flash temos exemplos de coisas bem e mal feitas. O problema é que era bem mais provável depararmos-nos com um flash mal feito, que colocaria o CPU a funcionar a 100%, levando ao aquecimento excessivo, às ventoinhas a acelerarem, e à bateria a desaparecer a alta velocidade. Coisas que com o HTML também podem acontecer, mas que ao menos assentam numa plataforma standard onde se podem tentar limitar esses dados.

O Flash não vai morrer de um dia para o outro, e a Adobe faz questão de relembrar que continuará a tratar dele (corrigir as vulnerabilidades de segurança que forem sendo descobertas), e que o mesmo continuará em uso em funções que o HTML5 ainda não resolve convenientemente... como os jogos Flash, que agora até contam com parceria entre o Facebook e Adobe, para garantir que milhões de pessoas continuarão a poder jogar os seus joguinhos no browser. Mas, está mais que visto que está condenado a ir ficando cada vez menos necessário... até que, quando se der por ela, até nos esquecemos que ele já não existe.

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