Há muito que temos dito que o dinheiro que estúdios, produtores e artistas gastam em empresas "anti-pirataria" seria melhor usado a derrubar barreiras e a criar formas de facilitar o acesso legal aos seus conteúdos; e agora, temos mais uma prova disso, com uma empresa que pretendia defender os direitos de autor... mas que na verdade lhes roubou 15 milhões de dólares ao longo de vários anos.
O caso pode ser insólito mas não será surpreendente, considerando a atitude que este tipo de empresas tem tido. O esquema foi apanhado por uma investigação e auditoria da empresa Deloitte, que descobriu que uma empresa dinamarquesa que há mais de uma década era vista como uma defensora dos direitos de autor, perseguindo os piratas da internet e angariando como clientes grande grupos da indústria audio-visual.
Na teoria era tudo muito bonito... na prática nem por isso. A empresa Johan Schlüter terá metido ao bolso pelo menos 15 milhões de dólares que deveriam ter ido para as associações que representava e cujos direitos "defendia". E este valor diz apenas respeito ao que tá sido roubado entre 2011 e Abril de 2015, sendo que provavelmente o valor será bem superior, considerando que a sua parceria com as associações em causa já tem cerca de duas décadas.
Na empresa, que tem três donos, já começaram as habituais manobras de atirar as culpas de um lado para o outro; mas o que é certo é que desta vez vamos ver sentado no banco dos réus os supostos "defensores dos direitos de autor". Ao menos que sirva de exemplo para que os artistas e autores considerem prestar um pouco mais de atenção a quem se auto-intitula seu arauto e promete fazer cumprir os seus direitos até às últimas consequências - especialmente se ano após ano continuam ser ver um cêntimo chegar ao seu bolso da sua parte (ou, mais frequentemente, a terem que pagar por esta "defesa".)
Sem comentários:
Enviar um comentário (problemas a comentar?)