2015/12/15

Philips Hue corta acesso a lâmpadas não oficiais [actualizado]


As Philips Hue são uma referência incontornável quando se fala de smart lamps; mas infelizmente a posição da empresa relativamente à sua abertura à comunidade e outros fabricantes continua longe do desejado. Quem tivesse optado por usar lâmpadas "compatíveis" da GE e Cree vai descobrir que não as poderá continuar a usar como até ao momento.

Actualização: a Philips mudou de ideias, ver actualização no final.

As lâmpadas Philips Hue há muito que fazem parte da família de todos os que querem ter uma iluminação mais inteligente em suas casas. A sua versatilidade é imensa, e multiplicada pelo facto de podermos recorrer a serviços como o IFTTT para as programar com todo o tipo de funcionalidades que se queiram imaginar (piscar uma lâmpada quando chega um email; mudar a cor se estiver tempo de chuva; etc. etc.) Só há uma desvantagem que impede que estas lâmpadas invadissem e dominassem o mercado... o seu custo elevado.


É esse custo que fez com que muitos dos interessados optassem por usar lâmpadas da GE e Cree que podiam ser adicionadas a um sistema Philips Hue devido à sua compatibilidade "não-oficial". (O sistema Hue usa ZigBee para comunicar, que é um sistema aberto, mas usando um protocolo proprietário da Philips que a marca se recusa a deixar que seja adoptado por outras marcas.)

E agora, a Philips vem relembrar que continua com a mesma atitude, com a última actualização a impedir que estas lâmpadas não-oficiais sejam adicionadas ao sistema. Supostamente, as lâmpadas que já tiverem sido adicionadas continuarão a trabalhar... mas no caso de quererem adicionar lâmpadas novas ou se tiverem que trocar de hub... ficarão limitados a usar lâmpadas oficiais da Philips.

A única esperança é que a Philips avance rapidamente com o programa "Friends of Hue" que eventualmente poderá vir a certificar lâmpadas de outros fabricantes para utilização com o sistema Hue - mas não foi dada qualquer indicação de quando isso poderá vir a acontecer.


... Novamente, é pena ver a Philips a insistir nesta posição, que poderá garantir-lhe algum rendimento a curto prazo (forçando os utilizadores a comprarem lâmpadas Hue oficiais); mas inevitavelmente os irá prejudicar a médio/longo prazo, sabendo-se que é apenas uma questão de tempo até que lâmpadas muito mais económicas permitam fazer tudo aquilo que as Hue fazem, e cuja integração com coisas como o HomeKit da Apple ou o Brillo e Weave do Google irão uniformizar a nível de métodos de controlo.

Há muito que a Philips poderia ter demonstrado abertura para atrair developers e fabricantes para o Hue, que por esta altura já se poderia ter tornado no sistema "standard" para controlo de iluminação inteligente.


Actualização: a Philips parece ter reconhecido o perigo de angustiar uma base leal de fãs, e decidiu mudar a sua postura, permitindo que as lâmpadas não oficiais continuem a funcionar. Escusado seria dizer que "subestimaram o impacto que esta medida ia ter no pequeno número de utilizadores que usa lâmpadas não oficiais" - se fosse assim um número tão pequeno será que tinham recuado nesta decisão? Pois...

2 comentários:

  1. Enquanto não existir um standard aberto acompanhado por software livre, este tipo de coisas vai acontecer uma e outra vez.

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  2. Totalmente de acordo. A filosofia open source/hardware é floral para a iot: de que serve tanta coisa ligada à net, se nada fala com nada? Só parcerias/protocolos/sdks/apis e hacks manhosos para pôr coisas a funcionar...adotem lá de uma vez por todas os protocolos e arquiteturas criadas para isso (lwm2m, mqtt, coap, onem2m, etc...) e deixem realmente a iot evoluir! Os developers deviam ter fácil acesso (regulado, obviamente) às funcionalidades destes devices...

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