2016/12/25
T-Mobile com música "sem contar dados" considerado ilegal na Holanda
Contrariamente ao que se passa por cá, com a nossa ANACOM a não se pronunciar sobre o assunto, na Holanda as entidades reguladoras voltam a frisar que a oferta de serviços específicos cujos dados não são contabilizados viola as leis da neutralidade dos dados que diz que todos os dados devem ser tratados de forma indiferenciada.
Já por diversas vezes temos alertado para o perigo deste verdadeiro "presente envenenado" dos operadores, que se torna difícil de combater por, em muitos casos, ser do agrado dos clientes. Neste caso da T-Mobile na Holanda, o serviço inclui um serviço de streaming de música cujos dados não contam para o tráfego.
Como se pode "reclamar" de algo gratuito? O problema é que isto dá aos operadores o poder de decidir quais os serviços que interessa promover, e é meio caminho andado para que no futuro comecem a oferecer planos de acesso com tráfego diferenciado para cada tipo de site ou serviço. E se acham ridículo isso, não é preciso ir mais longo que os tarifários que por cá já temos: em que para além da oferta de dados nalgumas apps, também temos direito a X quantidade de dados para outros serviços (veja-se o Yorn X com 5GB de uso exclusivo para o YouTube).
Sim, ter 5GB para o YouTube é atractivo... mas... e se preferissem usar o Vimeo, ou Netflix, ou outro?
É um caminho pelo qual não se deverá seguir, e que os reguladores na Holanda parecem estar dispostos a impedir... Bom seria que por cá a nossa ANACOM também fizesse o seu trabalho.
Que os operadores queiram tornar os seus pacotes mais apelativos, tudo bem, mas que o façam à conta de ofertas que não discriminem serviços e deixem que sejam os clientes a decidir que uso querem fazer dos seus dados.
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