As ferramentas de AI que têm surgido nos últimos tempos têm capacidades impressionantes mas estão também a dar origem a uma série de novas preocupações a nível daquilo que é utilizado para as treinar. Nas AI de geração de imagens há artistas e fotógrafos que se queixam de que as suas obras foram utilizadas sem consentimento, e a nível da programação temos os casos dos projectos open-source.
Recentemente falamos desse tema, de que as sugestões de código do Copilot muitas vezes incluírem código de projectos open-source sem qualquer referência ao projecto original e ignorando as licenças utilizadas. E é isso que agora dá origem a um processo que pede à MS uma indemnização de 9 mil milhões de dólares pelo uso indevido de código open-source.
Explored github copilot,a paid service, to see if it encodes code from repositories w/ restrictive licenses.
— Chris Green (@ChrisGr93091552) June 22, 2022
I checked if it had code I had written at my previous employer that has a license allowing its use only for free games and requiring attaching the license.
yeah it does pic.twitter.com/JMbXNgOF3Z
A posição da MS até agora tem sido a de que o Copilot é apenas uma ferramenta que assiste na programação, e que cabe aos developers que o usam verificarem se o seu código é legítimo. Mas, uma vez que o Copilot não dá qualquer indicação quanto aos projectos a que foi buscar as "sugestões", torna-se completamente impraticável / impossível um developer saber se aquele pedaço de código é original ou foi copiado integralmente de um projecto que aplica restrições ou exigências quanto à sua utilização.
Já se sabia que seria uma questão de tempo até que isto chegasse aos tribunais, resta agora esperar por uma decisão que clarifique os parâmetros de utilização deste tipo de ferramentas AI.
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