2023/05/08

Pioneiro da IA desvaloriza medos e receios

Enquanto alguns especialistas alertam para os perigos de criar sistemas AI avançados sem salvaguardas, outros adoptam uma posição completamente oposta.

Recentemente tivemos o caso de Geoffrey Hinton, considerado o "padrinho da IA", que saiu da Google para poder falar sobre os perigos da Inteligência Artificial. Uma posição que contrasta com a de Jürgen Schmidhuber, pioneiro que liderou o avanço das redes neuronais na década de 90.

Jürgen Schmidhuber tem uma posição bem diferente das pessoas que têm estado a lançar o medo sobre os avanços nas tecnologias AI. Para começar, diz que estes avanços na AI são inevitáveis e que não podem ser parados ou suspensos, relembrando que mesmo que alguns países decidam fazer uma "moratória" para abrandar o seu desenvolvimento, haverá sempre países que, abertamente ou secretamente, continuarão a desenvolver os seus sistemas à máxima velocidade. Também refere, e bem, que a única defesa contra um sistema AI extremamente avançado será outro sistema AI, pelo que também aí não haverá grandes alternativas que não passem pela continuidade da investigação e desenvolvimento.

Quanto aos receios, diz que seria muito mais lógico as pessoas preocuparem-se com coisas como as armas nucleares, que são uma ameaça presente há mais de meio século, do que o receio que uma AI crie robots assassinos e queira dominar o mundo.

Concorde-se ou não, o que é certo é que algumas das coisas que diz, como o facto do desenvolvimento AI ser inevitável, são coisas bastante acertadas. Será uma ilusão pensar-se que o mundo irá parar ou concordar em restrições por causa dos eventuais perigos das AI, quando as potenciais vantagens são tão grandes. Mais do que o medo de uma AI que queira dominar o mundo, acho que será muito mais realista preocuparmos-nos com alguns humanos que queiram dominar o mundo aproveitando-se da ajuda de uma AI.

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