Dois tanques de combustível para o foguete Vega Europa apareceram destruídos num aterro sanitário.
Num inacreditável incidente que põe em risco as ambições espaciais europeias, dois tanques de um conjunto de quatro, do quarto estágio do foguete Vega (módulo AVUM - Altitude and Vernier Upper Module), foram perdidos pela Avio, a empresa italiana responsável pela montagem do Vega. As instalações da empresa estão a ser renovadas, e por algum motivo ainda não explicado, perdeu-se o rasto a estes tanques, que acabaram por ser descobertos mais tarde num aterro, depois de já terem sido compactados e destruídos.
Agora a ESA vê-se perante um dilema para o qual não existe qualquer "boa solução". O foguete Vega em montagem deveria ser o último a ser produzido e a ser lançado, pelo que já não há produção para peças adicionais de substituição. Uma das propostas consiste em usar tanques antigos usados na fase de qualificação em 2012, mas que levantam sérias preocupações quanto à sua integridade após mais de uma década armazenados; a outra seria modificar esse estágio com peças do módulo AVUM+ mais recente, mas que também se torna numa solução que faz desesperar os responsáveis pela missão e pelo satélite de observação da Terra que irá ser lançado.
Recorrer ao futuro Ariane 6 também não parece ser opção, já que só deverá começar os lançamentos (muito atrasados) em Junho ou Julho de 2024, e tendo uma longa lista de clientes com as encomendas em espera. A Avio já tinha sofrido um revés com o lançamento falhado de um Vega C em Dezembro de 2022, pondo em causa o controlo de qualidade na empresa; e este episódio poderá muito bem vir a tornar-se na gota de água que dita a perda de confiança nas suas capacidades. Provavelmente, a ESA não terá outra opção a não ser recorrer à SpaceX, que continua a fazer múltiplos lançamentos por mês, sem falhas.
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