2024/08/26

LIDL já factura quase €2B em serviços cloud

A nossa bem conhecida LIDL está a seguir o caminho da Amazon, e já fornece serviços cloud a grandes empresas como a SAP, tendo facturado 1.9 mil milhões de euros em 2023.

Conhecida por vender produtos alimentares a preços baixos, poucos imaginariam que a LIDL já tenha tornado numa empresa de serviços "cloud". A iniciativa surgiu do Grupo Schwarz, empresa-mãe da LIDL, que inicialmente construiu um sistema cloud em 2021 para satisfazer as suas próprias necessidades. No entanto, rapidamente perceberam que muitas outras empresas alemãs tinham necessidades idênticas e estavam relutantes em confiar nos principais fornecedores de serviços cloud dos EUA e da China, como a Amazon, Google, Alibaba, e Tencent. Vendo isto como uma oportunidade, o Grupo Schwarz decidiu disponibilizar os seus serviços de cloud e cibersegurança a outras empresas, naquilo que parece ser uma aposta já ganha.

Esta nova divisão chamada Schwarz Digits tornou-se uma unidade independente em 2023 e já assinou contratos com grandes clientes, incluindo a SAP, o Bayern Munich e o Porto de Hamburgo. A Schwarz Digits gerou €1,9 mil milhões em vendas em 2023 e emprega 7.500 pessoas. Um dos seus principais pontos diferenciadores é que todos os dados dos clientes são armazenados exclusivamente na Alemanha e na Áustria, prometendo elevados níveis de privacidade e proteção de dados, o que atrai empresas preocupadas com o local onde os seus dados são armazenados.

Esta aposta nas novas tecnologias não tem ficado parada. Recentemente, a Schwarz Digits investiu na start-up alemã de AI Aleph Alpha, posicionando-se para também poder oferecer serviços nesta área que tem sido altamente concorrencial nos últimos anos. Curiosamente, ou não, esta aposta é feita de forma bastante cautelosa, já que simultaneamente a empresa bloqueou o acesso a serviços AI externos, como o ChatGPT, para se precaver contra potenciais riscos de segurança quanto aos dados enviados. Mesmo não tendo capacidade para competir à escala global com os gigantes dos EUA e da China, não deixa de ser um excelente exemplo de como as empresas europeias também se conseguem desenvencilhar perfeitamente sem depender de outras regiões.

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