2025/03/23

Lente plana promete revolucionar telescópios

Investigadores da Universidade do Utah desenvolveram uma lente plana para telescópios que promete transformar a forma como exploramos o espaço.

Ao contrário das lentes tradicionais e espelhos usados nos telescópios, esta lente é plana e ultraleve, utilizando gravações em escala microscópica para redireccionar a luz. Se a tecnologia for ampliada com sucesso, poderá reduzir significativamente o peso e o tamanho dos telescópios, tanto em observatórios terrestres como, de forma mais notória, para futuros telescópios espaciais - e até para telescópios de menores dimensões, destinados a astrónomos amadores.

Com um diâmetro de 100mm e uma espessura de apenas 0.5 mm, a lente foi criada através de um processo chamado litografia óptica, idêntico ao que é utilizado na produção de semicondutores. A sua estrutura apresenta anéis concêntricos, ao estilo das lentes fresnel, mas aqui apenas com apenas 2,4 microns de profundidade. Uma das suas grandes vantagens é que, ao contrário das lentes tradicionais, é imune à aberração cromática - um problema comum onde diferentes comprimentos de onda da luz se focam em pontos distintos, causando distorção de cores. Esta nova foca toda a luz visível num único ponto, proporcionando imagens nítidas de alta qualidade sem necessidade de lentes correctivas adicionais.
Os investigadores testaram a lente ao capturar imagens detalhadas do Sol e da Lua, demonstrando a sua eficácia. Com um peso de apenas 25 gramas, esta lente é consideravelmente mais leve do que uma lente convencional de tamanho semelhante (que teria 211g e 17 mm de espessura). Esta redução de massa teria grande impacto em telescópios espaciais, onde cada quilograma adicional aumenta os custos das missões. Com lentes mais leves, será possível lançar telescópios maiores para explorar o cosmos sem as limitações de peso dos projectos actuais.

Telescópios como o James Webb e o Hubble dependem de grandes espelhos complexos, caros e difíceis de fabricar e lançar. A chegada de lentes planas ultraleves poderia reduzir significativamente esses custos e possibilitar novas descobertas na exploração espacial.

1 comentário:

  1. Bem interessante. Estaremos a uns 20 anos de conseguir ver estas técnicas em funcionamento no espaço?

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