Enquanto uns vão ambicionando um futuro em que os modelos AI levarão a civilização a uma nova era, outros têm uma visão mais prática e imediata, de usar AI para aumentar os lucros e o consumismo. A Amazon está a considerar mostrar anúncios durante as conversas com a Alexa+, a versão AI melhorada da sua assistente digital. Segundo o CEO Andy Jassy, a empresa vê nesta funcionalidade uma forma de "ajudar" os utilizadores a descobrir novos produtos, integrando publicidade de forma natural em conversas mais longas com a Alexa+.
A Alexa+ já foi disponibilizada a milhões de utilizadores, com uma versão gratuita para clientes Prime, ou acesso via subscrição de 20 dólares por mês. No entanto, a Amazon já pensa em diferentes modalidades de subscrição no futuro, incluindo a possibilidade de uma versão sem anúncios (obviamente, mais cara). Até agora, os anúncios na Alexa têm sido discretos, aparecendo ocasionalmente em dispositivos com ecrã ou entre músicas (aproveito para relembrar que o serviço de música da Amazon incluindo no Amazon Prime continua indisponível em Portugal).
[Também a Meta olha para a AI como ferramenta para "prender" ainda mais os utilizadores]The future I don’t want to live in pic.twitter.com/PEPPrfGbRb
— Chubby♨️ (@kimmonismus) August 2, 2025
A aposta em publicidade dentro dos assistentes AI arrisca-se a ser uma futuro inevitável, especialmente tendo em conta que estes assistentes têm vindo a reduzir significativamente as visitas tradicionais a sites na web. Também a Google e a OpenAI já revelaram estar a considerar adicionar publicidade nas suas plataformas, de "forma cuidadosa". No caso da Amazon, a pressão é ainda maior, já que os seus investimentos em AI aumentaram drasticamente mas a empresa continua longe de ser associada a serviços AI como outras empresas (Google, OpenAI, Anthropic, etc.)
Parece que o melhor será alguma empresa começar já a trabalhar num adblocker AI que tenha capacidade de bloquear publicidade nos assistentes AI, pois parece que as empresas estão a trabalhar no sentido de os encher com tanto publicidade como aquela que actualmente impede os utilizadores de verem os devidos conteúdos nas páginas que visitam. Já imaginaram se, em vez de um assistente AI prestável que apenas responde ao que perguntam, temos que lidar com um especializado em "impingir" produtos e serviços, ao estilo dos operadores agressivos de telemarketing que sabem todas as tácticas para dar a volta às "vítimas"?
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