2012/02/15

Futuro da TV - Pagar para Ver?


Não há dúvidas que uma nova "tempestade" se está a formar e que promete mudar a forma como vemos TV; desde as pequenas caixas como a Apple TV, Google TV, Boxee; a serviços como o Netflix e Hulu; às novidades que se esperam para breve (a "verdadeira" Apple TV); passando por coisas como o MEO Kanal que dão a possibilidade que cada um possa criar os seus próprios canais de TV; ou até de quem pretenda cobrar para disponibilizar os canais já disponíveis gratuitamente (algo que mostra ao ponto ridículo a que tudo isto chegou, e o quanto os operadores se têm deixado ficar para trás).

O mercado actual é bem diferente do que era há 50, 30, 20, ou até meros 10 anos atrás; e por muito que nos queiram fazer crer que o consumidor é um ruminante que apenas come o que lhe metem à frente, a verdade é que cada vez se começa a notar o seu real poder, e que deverão ser as empresas a se preocuparem em fornecer aquilo que eles pedem/exigem.


Ainda por cima, por muito que queiram culpar a pirataria, um estudo recente demonstra que não são os torrents ou a pirataria que dá prejuízo aos estúdios de Hollywood. O que dá prejuízo é insistirem em pensar que o mundo continua como "antigamente", fazendo com que filmes mediáticos tenham meses (ou anos) de atraso até serem exibidos noutros países. Que sentido faz, hoje em dia -ainda para mais com filmes digitais que nem sequer estão sujeitos aos custos de duplicação de filmes em película- que um filme não possa ter lançamento simultâneo em todo o mundo? Ou sequer que tenhamos que levar com aqueles célebres avisos no YouTube e outros sites de: "este conteúdo não está disponível na sua região"? Isso é o grande cancro da distribuição actual, e que - a bem ou mal - vai ter que cair mais tarde ou mais cedo. Esperemos que seja a bem, e que tal aconteça rapidamente.

Os operadores que deixem de nos impingir centenas de canais sem interesse que ninguém vê nos seus "pacotes"; ao invés disso que poupem largura de banda e cumpram realmente com o tal "tráfego ilimitado" mas que afinal dá direito a corte no serviço quando se passam os 500GB mensais.

E já agora, que ganhem alguma vergonha na cara e que sejam justos - não fazendo com que, por exemplo, quem queira ver a Sport TV (ou TeleCines, ou outros canais pagos) em duas televisões em sua casa tenha que pagar duas vezes por isso(!) uma vez para cada box que tenham!

Tal como iTunes Match, onde cada pessoa paga para ter direito a ouvir e fazer stream das músicas que já comprou - e revertendo parte desse valor para os criadores dos conteúdos a que realmente acedemos - não me parece descabido imaginar que o mesmo se possa aplicar aos conteúdos televisivos. Sim, poderemos estar a pagar "extra" para ver conteúdos pelos quais já pagamos, ou que são de usufruto gratuito. Mas o essencial é que haja forma fácil e eficiente de permitir o acesso aos conteúdos que desejamos, onde e como desejamos. Porque enquanto quiserem dificultar todo o processo e for mais fácil clicar num link "pirata" para o fazer... podem crer que a opção mais fácil vencerá sempre.

2 comentários:

  1. Não podia concordar mais contigo. O segredo está na distribuição. A revolução de como a distribuição se faz já ocorreu em outros mercados... vejamos o retalho! O exemplo da Zara que é um caso de estudo, o segredo é ter as coisas no sítio certo na altura certa.

    Se àreas tão marcadas pelas suas caracteríticas fisicas como a distribuição na àrea do retalho conseguiram redescobir-se, não entendo porque a música e audivisual o consegue fazer.. é refazer o meodelo de negócio e a forma como ele opera.

    Fazem-me lembrar aquelas lojas de família, que econtramos no comércio tradicional que têm o mesmo aspecto desde a altura do bisavô, e o que fazem é apenas espremer até ao tutano o negócio que foi criado à largas dezenas de anos.

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  2. Eu no caso dos serviços de TV acho que seria boa opção as pessoas poderem escolher o seu próprio pack de canais e assim não andar a pagar por mais de 100 canais e nem 20 ver, tal como já acontece nas compras de músicas digitais onde se pode comprar uma música só e não ser preciso comprar o álbum todo e calhar nem gostar do resto das músicas do álbum...

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