2012/12/02

O DRM está Condenado a Falhar - Concluiram 4 Engenheiros da MS em 2002


É curioso, e também triste, que estejamos num tempo em que se desperdiçam mais recursos a perseguir e importunar pessoas que ousaram fazer um download de uma música ou filme da internet (mesmo quando se trata de uma criança de 9 anos), do que a combater crimes violentos.

E no meio de tudo isto, temos a atitute prepotente e arrogante de muitas empresas que se acham no direito de tratar todos os clientes como criminosos, infestando conteúdos com tecnologias de DRM absurdamente abusivas (chegando ao caso de, quando tentam instalar algum qualquer jogo com meia-dúzia de anos, se arriscam a levar com um aviso que o servidor de autenticação para permitir jogar esse jogo já não se encontra activo... e obrigando-vos a procurar um "crack" para poderem usufruir dos jogos que compraram - isto para não falar dos muitos jogos multiplayer que ao final de 1 ou 2 anos deixam de ter servidores oficiais... "obrigando" a que se compre a versão mais recente).

Embora as empresas continuem a viver num mundo à parte, cegas à relidade e insistindo que as medidas de DRM são para benefício(!?!) dos consumidores, o que é certo é que aos poucos as coisas parecem estar a mudar. Todo e qualquer consumidor saberá que o DRM é um verdadeiro cancro da sociedade digital - mas torna-se mais engraçado quando se verifica que o mesmo já tinha sido previsto há 10 anos atrás por quatro engenheiros da Microsoft!

Mesmo tendo quase sido despedido pelas suas conclusões, já naquela altura se imaginava que as redes digitais permitiriam a rápida e fácil partilha de conteúdos - de forma que nunca conseguirá ser combatida ou eliminada. E chegando ao ponto caricato de ser mais conveniente e eficiente usar os conteúdos "pirata" do que os conteúdos legítimos devido aos sistemas de DRM!

Numa altura em que se continuam a perseguir e fechar sites de partilha, numa qualquer ilusão de que isso conseguirá qualquer efeito mais duradouro que um par de dias, até que um qualquer outro site, serviço ou sistema, surja para o substituir - e que de forma semelhante a uma bactéria que ganha resistência aos antibióticos - também esse novo sistema de partilha terá aprendido com os falhanços dos anteriores, tornando-se ainda mais difícil de combater ou detectar - talvez haja esperança que a "Indústria", por uma vez que seja, compreenda que a velha máxima "o cliente tem sempre razão" também se aplica a eles. E que em vez de se andarem a armar em polícia (máfia?) e a tratar os clientes pagadores como criminosos, se limitem a fazer o que deveriam fazer: disponibilizar os conteúdos da forma que os clientes pretendem!

(Leia-se: em tempo útil, sem DRM, sem restrições geográficas, sem artifícios de vender e revender coisas com múltiplas edições que vão adicionando "extras" a cada 6 meses, etc.!)

4 comentários:

  1. Eu vivo um drama como se fosse um criminoso que é o de tentar comprar alguns livros em Português para ler no meu Kindle. Mesmo a pagar, para a Leya eu sou considerado um pirata. Eles não têm o formato .mobi do kindle, mas tudo bem, é fácil conseguir converter um .epub para .mobi com o calibre, mas se a questão fosse só essa estava tudo bem. O problema é que os livros que tu compras na Leya têm DRM, ou seja, só podes lê-los no Adobe Reader especial de corrida. Então, para eu conseguir lê-los no kindle eu vou ter de ripar o DRM com um software e depois converter o formato no calibre. Isto tudo com um livro que eu paguei e do qual eu deveria poder ler em qualquer device. A Leya tem culpa porque embarca neste esquema, mas a culpa não é inteiramente da editora. Os grandes culpados são a Adobe e a própria Amazon que se unem na criação deste maldito DRM. Eles é que são os verdadeiros criminosos porque em nome do combate à pirataria eles impõem estas restrições a quem paga, controlando as opções de escolha do leitor, alterando assim as regras de concorrência do mercado. Ao bom pagador só resta passar a ser um pirata para poder ter a liberdade a que tem direito.

    Renato Marques

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    1. A Leya é que escolheu usar. A Adobe só disponibiliza, não obriga.

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  2. Mas isso é mais certo que sabido. E acho que o Megabox vai mexer com muita coisa!

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  3. Comprei um jogo só para jogar online e não há ninguém.
    Sabendo que há muita gente a jogar esse jogo no computador. Porque foi tão mal construida a ideia? Ainda por cima somos nós que criamos os jogos.

    Sinto-me defraudado, roubado.

    A microsoft diz que não há devoluções. É logo o primeiro aviso antes de adquerir.

    Alguém que proteja o consumidor!

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