2013/03/04

A Economia de Mercado nas App Stores

O mercado livre nas diferentes app stores começa a criar situações curiosas. Como se sentiriam se app que na plataforma do vosso smartphone ou tablet custasse 4€, mas noutra plataforma estivesse disponível gratuitamente ou com preço mais reduzido? Até que ponto é que isso poderá ser determinante na escolha do vosso próximo smartphone?

Nenhum developer está obrigado a fazer preços iguais nas diferentes App Stores (Apple, Googe, Microsoft, Amazon, etc.) e esse preço irá variar inevitavelmente. No iOS as apps são tradicionalmente mais caras que no Google Play - onde muitos developers optam até pode disponibilizar versões gratuitas - embora em muitos casos já se assista a um equilíbrio. Mas, pegando em plataformas mais recentes, como a do Windows Phone, os developers poderão optar por formas mais agressivas para captar clientes, com preços mais reduzidos (ou até fruto de parcerias que visem atrair developers para estas plataformas menos populares). O que interessa é que a escolha da plataforma poderá ter grande impacto no preço das apps a pagar... sendo que nem a escolha de uma plataforma que agora seja mais económica seja garantia de que tal continuará a ser no futuro.

Por outro lado também os developers que vão experimentando diferentes preços para as suas apps por vezes chegam a conclusões curiosas: como um que descobriu que o lucro da sua app acabava por ser constante independentemente do preço. Com a App mais cara, ganhava mais mas vendia menos; colocando-a mais barata ganhava menos mas vendia mais, indo "dar ao mesmo".

... E claro que há também o assustador cenário de que, caso uma plataforma morra - ou decidamos passar a usar outra - todo o dinheiro que lá investimos em Apps será perdido; mesmo que todas as apps que compramos estejam disponíveis na nova plataforma. Excepção feita aos serviços dependentes da web, e que provavelmente poderão continuar a usar na nova plataforma, fazendo o vosso "login".

É por estas e por outras que acredito que as web apps acabarão por ser o futuro inevitável. Tal como nos filmes e conteúdos, quando se compra um filme ou música não se deveria estar a comprar o CD, DVD ou Bluray, mas sim o acesso a esse conteúdo sempre que nos apetecesse da forma que nos apetecesse (é absurdo estarmos a recomprar continuamente os mesmos conteúdos, como acontecia no tempos dos VHS, DVD e Bluray; assim como as mesmas músicas em discos de vinil, cassetes, CDs, e agora em versão digital na web). As web apps muito possivelmente irão chamar a atenção para esta questão, ao nos proporcionarem apps que pagamos uma vez e poderemos utilizar em qualquer smartphone, seja ele da marca X ou da marca Y, da plataforma W ou da plataforma Z.

Não digo que seja coisa para breve... mas parece-me que será apenas uma questão de tempo até que assim seja.

2 comentários:

  1. Mais do que o tempo, isto é uma questão de "mentalidades"!

    Nós que nos habituamos a guardar os DVDs na estante, e eles que vêm sempre uma nova oportunidade para fazer dinheiro, mesmo que seja sempre a vender o mesmo produto ;)

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  2. As app grátis com opção de upgrade para versões pagas (ou com compra de de funcionalidades adicionais, o que se chama in-app parchases) são uma grande tanga.

    Ou são os banners publicitários a chatear, ou são as funcionalidades que são poucas ou limitadas (por exemplo uma app para apontar as receitas e despesas mas que só dá para 30 registos), essas app grátis só servem de engodo. Quem se quer livrar da publicidade ou quer acabar com as limitações acaba por fazer o upgrade.

    Ainda por cima raramente se dão ao trabalho de indicar claramente as diferenças entre as versões paga e gratuita. Lê-se o prospecto de uma e da outra no App Store e parecem iguais.

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