Uma patente da Apple revela que também eles estão conscientes de que os conteúdos digitais não podem permanecer como estão, propondo um sistema que permite a revenda ou oferta de conteúdos digitais.
A ideia é permitir que um utilizador possa vender alguns dos conteúdos que comprou (livros, filmes, Apps, etc.) a pessoa, passando essa pessoa a ter acesso ao conteúdo. O sistema contempla até restrições que o criador original possa desejar: como não permitir a venda por menos de X valor; ou que seja revendida antes da data X.
Mais do que o método em si, penso que o essencial será discutir esta tecnologia. Já que seria ideal encontrar-se um equilíbrio entre a protecção dos direitos de autor e das suas obras, e o direito dos utilizadores poderem tirar partido das vantagens dos conteúdos digitais.
Num mundo perfeito não teríamos que nos preocupar com DRMs, todos os conteúdos seriam facilmente partilháveis e replicáveis, e todos poderiam ter acesso a todo o tipo de informação - pagando por ela aquilo que bem entendessem (ou pudessem pagar). Nesse aspecto, o DRM até poderá ser encarado como um "mal necessário"... mas mesmo assim tenho que relembrar uma recorrente questão que é igualmente inevitável: é que o DRM acaba por ser sempre intrusivo na normal utilização dos conteúdos, acaba sempre por ser crackado (portanto, é apenas uma falsa ilusão de segurança) e inevitavelmente ficará obsoleto a médio longo prazo (prazo muito mais reduzido do que a validade dos conteúdos).
Por isso mesmo, que me desculpem os autores, mas não penso que o futuro dos conteúdos digitais passe pelo DRM. E bastará algum desses autores comprar um jogo de computador que tenha meia-dúzia de anos, deparar-se com uma mensagem de que o site ou servidor onde deveria validar o seu jogo já não existe, e que depois seja obrigado a procurar um crack para o poder jogar, para - espero eu - chegar à mesma conclusão.
Será mesmo por aí que queremos seguir com os livros, música e filmes digitais que comprarmos? Algum destes senhores poderá garantir que os mesmos poderão continuar a ser usados daqui por 10, 20, ou 50 anos? Não me parece...
Já estava na hora
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