2013/05/14

Quando serão os Computadores tão Potentes como o Cérebro Humano?


Não se pode comparar um processador como o que equipa os nossos computadores directamente com um cérebro humano, pois tratam-se de "arquitecturas" completamente diferentes - e isso comprova-se facilmente ao se verificar que mesmo com os seus muitos milhões de operações por segundo, ainda são incapazes de fazer convenientemente coisas tão simples como entender aquilo que dizemos, ou saber o que estão a ver quando olham para uma fotografia ou vídeo.

No entanto, os computadores têm uma grande vantagem a seu favor... a de estarem continuamente a aumentar de capacidade, praticamente duplicando a cada 18 meses (a famosa Lei de Moore), e por isso mesmo mesmo, coisas que actualmente demoram "demasiado tempo" passarão a poder ser feitas em metade do tempo daqui por 18 meses, e novamente reduzidas para metade 18 meses depois, e assim sucessivamente. Portanto... quando é que um computador poderá ter uma capacidade idêntica à de um cérebro humano?

É um exemplo que aqui foi equiparado a um lago vazio, no qual podemos ir duplicando a quantidade de água que lá colocamos a cada 18 meses. Começando em 1940 com apenas um balde, o lago parece permanecer inalterado e vazio durante várias décadas... no entanto, mal se começa a ver algo a mudar rapidamente fica cheio, com o objectivo concluído. Ou seja... durante 70 anos a evolução foi constante mas pareceu não produzir resultados, mas chegando-se a certo ponto - e assumindo a mesma evolução - os passos passam a ser tão gigantes que rapidamente superam as expectativas, terminando o trabalho em apenas 15 anos.

Estima-se portanto que em 2025, será possível ter máquinas com capacidade de processamento idêntico a um cérebro humano... mas que rapidamente nos deixarão para trás, pois 18 meses mais tarde terão o dobro da nossa capacidade; e por essa altura sabe-se lá qual o rumo que as coisas tomarão. Estaremos condenados a uma história apocalíptica como a imaginada na saga Terminator? Ou será que a Terra se tornará num paraíso onde a fome, doenças, e tudo o resto se tornem em distantes memórias do passado?

O que é certo é que a tecnologia irá "interferir" com a sociedade cada vez mais. Se em tempos eram necessárias milhares de pessoas para cultivar um campo, hoje em dia essa tarefa pode ser feita por uma só máquina que já nem precisa de um condutor humano, pois um único operador poderá controlar remotamente dezenas de máquinas. Desde a revolução industrial que as máquinas vão tomando conta dos trabalhos que eram feitos manualmente... e assumindo que daqui por umas décadas teremos máquinas e robots exponencialmente mais capazes... cada vez haverá menos tarefas que tenham que ser feitas por humanos.

Estaremos destinados a viver uma vida dedicada à cultura e actividades artísticas? Mas quem nos diz que uma máquina com 1000x o nosso poder de processamento não possa ela própria tornar-se auto-consciente e também criativa? São coisas que parecem saídas de uma história de ficção... mas que dentro de um par de décadas poderão ser questões que terão que ser abordadas pela sociedade, quer se queira, quer não.



4 comentários:

  1. Bem, já só faltam 12 anos para sabermos :)

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  2. Eu acho que no futuro vamos poder viver uma segunda vida dentro da internet (virtual) onde poderemos ser sempre jovens e fazer tudo o que quisermos. As pessoas ficarão tão viciadas na internet que isso será um grande problema. Mas, talvez, num futuro longínquo o homem consiga ganhar a eternidade... Imaginem o seguinte: seres de outro planeta chegavam á terra e encontravam-na aparentemente deserta. Mas depois de pesquisarem melhor encontravam um computador escondido dentro de uma caverna protegido por guardiões artificiais. E para sua surpresa, descobriam que os terráqueos viviam dentro desse computador... Isto pode parecer impossível mas partindo do principio que nada é impossível e dado que a evolução nunca pára, é natural que um dia o homem consiga separar definitivamente essa energia que nos permite estar vivos (e a que muitos chamam “alma”) e passar a viver dentro de uma máquina…

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  3. Toda a investigação médica e neurológica aponta para o facto de a consciência não existir sem suporte físico. Ou seja, não se pode falar em dicotomia corpo-alma, porque um não existe sem o outro. Não parece portanto ser possível retirar a consciência/alma de um cérebro sem a destruir no processo, a não ser que se consiga transferir tudo para um suporte semelhante (outro cérebro e outro sistema nervoso central). Ora, a arquitectura computacional actual nada tem que ver com o cérebro. Imita alguns dos seus comportamentos e raciocínios, mas por processos muito diferentes dos nossos. Parece pois que para se conseguir algo próximo do que referes será necessário alterar profundamente toda a arquitectura da tecnologia. O transistor nitidamente não serve. O que ele poderá fazer, eventualmente, será ganhar tanta força bruta que venha a ser capaz de emular um cérebro humano por software.

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  4. "Estaremos destinados a viver uma vida dedicada à cultura e actividades artísticas ?"

    Estaremos destinados é a esperar um telefonema que dê três horas de trabalho num dia, quatro num outro dia e por aí fora. Nos intervalos podemos dedicar-nos à cultura e às artes, desde que não custem dinheiro.

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