2014/02/10
O mercado paralelo dos iPhones como moeda de troca no Brasil e outros países
Não será preciso relembrar o quanto o preço de muitos equipamentos electrónicos são mais apetecíveis nos EUA do que deste lado do Atlântico. No caso dos iPhones, isso faz com que exista todo um mercado paralelo onde os equipamentos desbloqueados se tornam numa apetecível moeda de troca em países onde o seu preço está excessivamente inflacionado, como no caso do Brasil.
Basta comparar os preços: nos EUA o iPhone 5S mais barato custa cerca de $700 dólares (€513), que por cá se transformam em 700€. Mesmo sabendo-se que a diferença de preço também contempla diferentes impostos, garantia acrescida, etc. não será difícil imaginar que a grande maioria das pessoas preferiria poupar os quase 200€ de diferença. E na verdade é o que acontece em muitos casos, com visitas aos EUA a servirem como "desculpa" para se dar um salto a uma Apple Store e comprar iPhones a este preço reduzido... para depois serem revendidos nos países de destino. Fenómeno que fica também demonstrado pela recepção com que os funcionários das Apple Store mais movimentadas nos EUA recebem os visitantes estrangeiros quando lá vão comprar um iPhone: "Só vai levar um?"
E se isso se justificaria para países como o nosso, ainda mais se justifica e compreende em caso de países como o Brasil, país onde o iPhone 5S mais barato custa a nada módica quantia de R$ 2800 (cerca de 860€!)
Uma visita aos EUA onde se comprem quatro iPhone que depois sejam vendidos com 100€ de desconto face ao preço de tabela no Brasil representam um lucro de quase 990€, e se a isto adicionarmos alguns iPads, facilmente se acrescentariam mais umas largas centenas de euros ao saldo final. Mesmo no caso de não quererem arriscar passar com quantidades elevadas destes equipamentos na alfândega, trazer um ou dois de cada (como se fossem os vossos próprios equipamentos) será mais que suficiente para ajudar a amortizar a viagem.
Enquanto se tentar apostar num mercado dito global onde as condições (impostos, taxas, etc.) não forem iguais em todo o lado... apenas se vai fomentar este tipo de economia paralela.
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Só lembro que os iPhones americanos a 700 dólares não incluem impostos. Os que são vendidos em Portugal ficam em €539 sem o IVA.
ResponderEliminarEsta notícia tem de ser devidamente contextualizada. Concordo plenamente com a politica de taxas sobre os bens importados praticada no Brasil (70%!). Se por um lado o utilizador/comprador se vê, na sua grande maioria, como prejudicado, por outro a taxa visa proteger a economia brasileira, fomentando a implantação de industrias que, de outro modo, se limitariam a importar bens para aquele (enorme) mercado.
ResponderEliminarMuitos dos meus colegas brasileiros a primeira coisa que fazem quando chegam cá é comprar um iPhone, é certo, mas também tem portáteis, discos, etc "made in Brazil" por grandes tecnológicas (e.g., Samsung...). Claro que cá esta taxa não resultaria dada a mínima dimensão do nosso mercado...
Tem que se ter muito cuidado com este argumento de que se está a proteger o mercado brasileiro, pois o Brasil não produz telefones high-end, os produtos brasileiros (se me lembro bem, de uma única empresa, que recentemente começou a fazê-los) se restringem ao mercado de low-end, isto é, não podem ser em nada comparados com iphones e Galaxy S3 ou S4. É preciso ficar bem claro que não se pode proteger uma indústria nacional que não existe.
EliminarPresumo que o Brasil não queira que os países compradores das suas matérias primas e tecnologias também queiram proteger os seus mercados usando esta mesma técnica. Quando isto acontece quem sai prejudicado é toda a sociedade para beneficio de alguns.
EliminarCurioso também é a valorização dos iPhones usados em Portugal. Actualmente a diferença média é de 150 euros entre Portugal e EUA ou Dubai, para um iPhone 5 16Gb. Tendo acesso a estes mercados, já vou no meu 4º iPhone usado, tendo gasto em média 100 euros por cada upgrade, vendendo em Pt e comprando fora. No total gastei 600 euros em 4 iPhones (300+100+100+100).
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