2014/06/03

Ultra HD vai atrasar-se pela falta de visão das marcas?


Os ecrãs Ultra HD podem estar a descer vertiginosamente de preço, mas embora esse factor possa vir a acelerar a sua adopção, há outro factor que certamente vai ter o efeito oposto... e deve-se novamente à falta de visão das marcas, que parecem não ter aprendido com todos os erros que já fizeram anteriormente.


Quando uma nova tecnologia aparece, há vários obstáculos que tem que superar. Para começar, o seu preço inicial elevado tem que baixar para patamares mais acessíveis (se tiver qualquer interesse em chegar ao público em geral); mas para além disso, há necessidade de conteúdos que tirem partido dela. Muitos utilizadores já sentirão na pele o que é ter um ecrã Full HD que apenas é usado para mostrar televisão de baixa-definição ou filmes de DVD; quanto mais imaginarem o "desperdício" que será terem um ecrã Ultra HD.

O mais frustrante será ver que marcas como a Samsung e a Sony não tem ajudado, lançando leitores e conteúdos Ultra HD que apenas podem ser usados com os seus próprios televisores - e mesmo assim, nem sequer garantindo a compatibilidade com todos os equipamentos (no caso da Sony, o seu leitor Ultra HD, que só pode ver os filmes que eles próprio disponibilizam, nem sequer pode ser usado com o seu ultra-dispendioso projector Ultra HD 4K, mas somente com uma selecção limitada de ecrãs da marca.)

Será que algum consumidor, no seu perfeito juízo, irá apostar em algo que lhe disponibiliza filmes que apenas podem ser vistos num leitor específico e num televisor específico? Espero bem que não, e que isso sirva para mostrar de forma clara que isso não é aceitável nos dias de hoje. E, enquanto estas marcas vão apostando nestas tecnologias cada vez mais fechadas, temos serviços como o Netflix que vão começar a disponibilizar conteúdos Ultra HD a quem os quiser ver, independentemente do ecrã que tiverem. (Sim, há a questão de um Ultra HD via Netflix ter um bitrate bastante mais limitado que o que se poderá ser neste leitores proprietários... mas penso que neste caso acaba por ser o "mal menor".)

A tecnologia tem avançado de forma mais rápida do que as próprias marcas conseguem acompanhar - seria um bom motivo para que deixassem de perder tempo em politiquices de marcas e sistemas fechados, e apostassem em formatos standard que acelerassem a adopção das tecnologias contando com a confiança do público. Já anteriormente deveriam ter aprendido com coisas como o caso HD-DVD vs Bluray; infelizmente, parece que estão interessadas em repetir os mesmos erros...

2 comentários:

  1. Ainda bem que eu não gosto de televisão. Eu quero é comprar um monitor de pc 4K... mas não sei se já vale a pena ou se é melhor esperar até sair o Oculus da Realidade Virtual... e pelos vistos tb vou precisar comprar um pc á altura... E conto com o Aberto de Madrugada para nos ajudar a perceber quais os melhores equipamentos para tirar o melhor partido de Oculus VR. Até já estou a juntar dinheiro pra depois ir a correr pra loja comprar tudo o que precisar, lol

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  2. Anónimo4/6/14 14:29

    Ei adoro ver TV no sentido de filmes/series/desporto, mas os conteúdos em 4k são praticamente inexistentes e até serem massificados (com h265) as TV baixam de preço.

    Eu não comprarei nenhum Media Player que não suporte x265 em 4k e seja hdmi geral. O ideal é sempre um PC com XBMC que aí não há formatos proprietários.

    Em todo o caso o salto full hd para UHD não é nem de perto idêntico ao de SD para Full HD, daí que a coisa tem tempo

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