Homem acusado por passar drone à janela de hospital

As questões da privacidade estão cada vez mais na ordem do dia, e um homem que se aventurou a passar com um drone a 5 metros da janela de um hospital, onde estavam a ser realizados exames, vai ter agora que enfrentar processos judiciais.

Ora, acho que toda a gente concordará que não é admissível que alguém se divirta a usar um drone com uma câmara para espiar seja quem for, e neste caso parece-me que a coisa não terá passado de um mal-entendido e que o homem nem teria intenção de espiar fosse o que fosse, tendo já pedido desculpa por não ter pedido autorização previamente (embora não deixe de ser algo estranho colocar um drone a voar tão próximo de um hospital).

Mas o que é mais caricato é que este incidente vem apenas realçar um caso que se torna completamente absurdo e surrealista: é que neste momento as autoridades norte-americanas têm liberdade para espiarem quem bem lhes apetecer usando um drone sem necessitarem de qualquer autorização dos tribunais.

É que, pelo que dizem, uma vez que não estão a tocar no solo de uma propriedade privada (que impede que um agente se pudesse aproximar de uma casa para espreitar o que se passa lá dentro - sem que tenha autorização para isso), todo o espaço aéreo se torna numa zona de "livre espionagem", fazendo com que seja possível - e legal - fazer precisamente o mesmo tipo de coisa que a pessoa acima mencionada foi acusada de fazer.

Talvez ele possa argumentar que pelo facto de não ter tocado no hospital ou em propriedade privada faça com que não haja nenhum delito... Afinal, se funciona para a polícia porque não poderá funcionar para um cidadão comum?