2014/08/18

Chrome vai deixar de suportar eventos touch da Microsoft


Os tempos da web "made for IE" ainda estarão bem presentes na memória de muitos web developers. Mas se pensavam que essa era teria servido para que daí em diante se passassem a fazer coisas segundo os standards... estão bem enganados, como este caso com o Chrome vem comprovar.

A web foi concebida como sendo um sistema standard no qual qualquer página web poderia ser apresentada em qualquer browser. Só que a realidade rapidamente começou a deturpar isso, com funcionalidades específicas que funcionam apenas nalguns browsers, e que impossibilitam que um site funcione devidamente noutros browsers. Numa época em que o touch tem cada vez mais importância, o Google optou agora por alinhar com a Apple, e deixar de suportar os "pointer events" criados pela MS optando pelos "touch events" da Apple.

O problema é que esta é uma área onde o consórcio que define os standards Web esteve "encravado", e que levou à criação de sistemas diferentes: a Apple criou os seus Touch Events; a MS criou os seus "pointer events". E antes que deixem que o fantasma do IE vos faça tomar partidos, importará dizer que neste caso os pointer events da MS parecem ser uma melhor opção, permitindo criar páginas web capazes de lidar com ratos, toques, e também stylus, de uma forma uniformizada - (cenários que não são contemplados pelo sistema da Apple).

Ainda assim o Google decidiu que iria optar pelos eventos da Apple e abandonar os da MS no Chrome, justificando a decisão com o facto de: o safari não os suportar, e isso dificultar que a sua adopção venha a acontecer; que causam problemas de desempenho; e por último, que não contemplavam certas funcionalidades como o "pull to refresh".

Desculpas que no entanto parecem não convencer os web developers. Afinal, com muitos mais milhões de Androids no mercado que iOS, a questão da popularidade do browser não se coloca; quanto aos outros, seriam aspectos que seriam "facilmente" resolvidos apoiando-se esse sistema.

A mim, parece-me ser sinal mais que evidente que este tipo de situações nem sequer deveria acontecer: o que é necessário é que todos cheguem a acordo e definam uma forma standard de lidar com o assunto: senão, vamos-nos aproximando de um futuro em que o WebKit se arrisca a tornar no próximo IE6 - implementando as suas próprias funcionalidades, à margem dos standards, e fazendo com que se tenha uma internet "para uns, e para outros".

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