Já estamos habituados a ver os operadores usarem técnicas altamente duvidosas, mas agora parece que os hotéis os querem superar. Os hoteis Marriott estavam a recorrer a uma forma engenhosa de incentivar os clientes a usarem a sua (dispendiosa) rede WiFi para acederem à internet: bloqueando o acesso aos seus hotspots WiFi.
Sem dúvida que a ideia deverá ter sido acolhida de braços abertos pelos gerentes dos hotéis. Como fazer com que os seus clientes e visitantes pagassem as centenas (e milhares) de dólares que o hotel cobrava pelo acesso à internet nas conferências realizadas nas suas instalações? É simples... bloqueando o acesso a todo e qualquer hotspot dos clientes e impossibilitando a sua utilização. Uma técnica que no entanto é completamente ilegal e agora lhes valeu uma multa de 600 mil dólares.
O sistema era semelhante ao daquele router anti Google Glass, enviando pacotes para os hotspots e dispositivos WiFi que forçam o encerramento das ligações. O mais curioso é que ainda tentam justificar a medida como sendo uma forma de protecção para os seus clientes... evitando que se liguem a potenciais "hotspots perigosos"! (Curioso, como assumem que o serviço que fornecem será implicitamente seguro, mesmo se aplicam sistemas de monitorização e filtragem de dados, impossibilitando o acesso a inúmeros sites e serviços, como streaming, P2P, etc. que poderiam ser essenciais para os seus clientes.)
Como eu nem sequer percebo como é que um qualquer hotel hoje em dia não disponibilize gratuitamente internet aos seus clientes (se até cafés, restaurantes, e muitos outros estabelecimentos o fazem)... não posso dizer que fique com pena desta multa de mais de meio milhão de dólares. Que sirva de exemplo a todo e qualquer hotel que por cá estivesse a considerar idêntico sistema - e se por acaso sentirem comportamentos estranhos nas vossas redes WiFi em hoteis... já ficam alertados para o que se poderá estar a passar.
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