2014/11/19

Os PCs actualizáveis - mito ou realidade?


Os PCs sempre foram vistos como máquinas actualizáveis, em que facilmente se pode ir trocando alguns componentes de modo a ir prolongando a sua vida. No entanto, essa realidade frequentemente se depara com obstáculos intransponíveis - mas finalmente, após mais de duas décadas de computadores, posso finalmente comprovar que um PC pode mesmo ser actualizável!

Sendo um utilizador de computadores de longa data, seria fácil assumir que seria uma das pessoas que frequentemente deveria actualizar os seus PCs. Na verdade, por estranho que possa parecer, não é o caso.

Desde sempre que optei por comprar o melhor computador que o orçamento permitia, e depois aguentava-o o mais possível, até que se tornasse de tal modo tão obsoleto, que já pouco ou nada se poderia aproveitar para um novo. Mesmo nos casos em que se pudesse colocar a hipótese de actualizar componentes, havia sempre algo que se intrometia pelo meio - ou o socket do CPU tinha mudado, ou o interface dos discos, ou o formato das memórias, ou até a ficha da fonte de alimentação - e no meu anterior PC, o entrave tinha sido o slot da placa gráfica, que do AGP tinha passado para o PCIe. Por tudo isto, quando era para mudar, lá tinha que mudar "tudo", acabando por montar um computador novo.

O meu PC actual já dura desde 2009, e seguindo a mesma tradição, optei pela melhor máquina que pude. E mal sabia eu que se viria a tornar na máquina que me iria permitir fazer as tais míticas actualizações de modo a prolongar a sua vida.


Desde então as suas duas GTX 275 já deram lugar a uma GTX 670 e mais recentemente a uma GTX 970; os seus 12GB de RAM passaram a 24GB; e o espaço reservado para um SSD como disco de sistema foi preenchido. Mas, o tempo passa, e o que começava a deixar a desejar era o seu CPU, um Intel Core i7 920 (a 2,66Ghz). Enquanto ia fazendo contas sobre a possibilidade de montar uma nova máquina, ia também relembrando-me que estamos novamente em nova época de transição (DDR3 para DDR4, por exemplo) pelo que isso não seria aconselhável.

Lembrei-me então que havia CPUs bem mais potentes que o meu 920... e o facto do socket LGA 1366 já estar completamente obsoleto poderia fazer com que os pudesse encontrar a preços interessantes. Um Core i7 990X já trabalharia a 3.46GHz, passando de 4/8 cores para 6/12; sendo suficiente para me aguentar mais uns tempos. Mas para meu espanto, o preço destes CPUs, novos continua a estar na gama dos $1000, e mesmo usados no Ebay, têm preços obscenos para cima de $400-500 dólares!


Bem, para não me esticar demasiado, acabei por optar por um Core i7 970, que encontrei bem mais em conta, e que me oferece na mesma os 12 cores (hyperthreading) a 3.2GHz.




Poderá não ser um dos mais eficientes Haswell, mas pelo menos posso gabar-me de agora ter um CPU de 12 cores (que passarão a maior parte do tempo desocupados, é certo) que nem sequer os mais recentes i7 possuem. ;)


É certo que pelos 200 euros que este CPU me custou (já com portes e taxas de importação) poderia ter comprado um CPU mais recente e mais eficiente. Mas isso implicaria comprar também uma nova motherboard, levando-me de regresso ao tal problema inicial: investir agora numa máquina nova, quando se está a transitar para novos chipsets e para o suporte das DDR4... prefiro esperar mais um pouco. Assim, com este CPU, ganho uma folga que me permite aguentar mais um par de anos (espero eu), e ir vendo o que o futuro nos trará.


Até lá, posso finalmente dar por confirmada a teoria de que os PCs são actualizáveis e de que isso permite efectivamente prolongar a sua vida - mesmo sendo à custa de um CPU usado vindo do Ebay (sim, é sempre arriscado, mas já resistiu às minhas habituais 24h de stress testing, pelo que fico mais descansado.)


Quantos de vocês é que realmente vão dando uso aos upgrades continuados; ou acabam por também enfrentar o mesmo problema de, quando é para mudar... muda-se tudo?

12 comentários:

  1. O porque não fazer overclock ao cpu antigo? Acho que era umas aposta economico e bem viavel tenho a certeza. Isso com OC ainda se aguentava mais um tempo

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    1. Não dou adepto dos overclocks. Mesmo fazendo todos os testes para garantir a estabilidade do sistema fico sempre na dúvida caso me aconteça algum erro "esquisito", sem saber se será disso ou não. Daí que opte por ter tudo a funcionar dentro das velocidades "recomendadas". :)

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  2. Exactamente Tiago Pereira... Com um OC as memorias e ao cpu ficavas com maquina nova para mais um par de anos.... e a custo zero...

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  3. Realmente às vezes estes entraves aos upgrades parece que fazem de propósito para se trocar tudo (assim todos os fabricantes ganham, muitas vezes até quem vende o sistema operativo, mas isso são outros 300).
    Eu montei este ano uma board Asus H87M-E (que tem 4K via HDMI) com um Core i3 Haswell a 3.5Ghz e na altura tinha um monitor Dell de 24" com 1920x1200 e não esperava tão cedo arranjar um monitor 4K mas como apareceu aqui um artigo com a TV 4k no jumbo, lá fui e fiquei rendido ao 4k, mas agora certos videos 4k o CPU não consegue tocar sem se engasgar (não sei se é bitrates mais altos ou se é outros codecs, mas alguns saiem impecaveis outros ficam com pausas e não é do streaming). Mas agora estar a trocar o CPU sem gastar muito está a ser um bocado complicado, pois o meu CPU actual (i3-4330) está mais caro do que quando o comprei há uns 6 meses (!?!) e os i7 não baixam de preço e já anunciaram uma nova geração (Broadwell) que apesar de usar o mesmo socket 1150 vai precisar de um novo chipset...ou seja trocar a board (!?!)... assim podem manter os preços dos CPU's actuais caros e lançar um melhor com o mesmo socket que não se pode usar nas boards anteriores :(
    Entretanto a board não faz mais de 30FPS em 4k via HDMI (para isso tinha que ser HDMI 2.0 ou display-port qqc) e o monitor que diziam ter uma porta HDMI 2.0 parece que não é bem assim, pois segundo um forum frances ( http://www.homecinema-fr.com/forum/ecrans-uhd-4k/re-ep-4k-tcl-u49s7606ds-u40s7606ds-hdmi-2-0-659-00-t30049770.html ) para ter a porta HDMI 2.0 é preciso trocar uma board dentro do monitor e houve quem conseguisse isso da marca via garantia (incluindo a deslocação de um tecnico com a board) mas não me parece que possa acontecer por cá.. visto isto e dadas as crises financeiras instauradas o melhor é estar quieto e juntar para um Nexus 6 que deve aparecer por cá antes do Natal de 2015 (ou o mais tardar Natal do ano 4k) :P

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  4. Eu sempre me pergunto o que se faz para necesitar de CPU tão potentes, que não sejam jogos extremos, ou trabalho (mesmo) pesado.

    Eu tenho um Ultrabook com um i5 U4200 (Haswell 2 core, 1.6 GHz) com um SSD e 8 GB RAM e a máquina voa, use Photoshop com fotos de 16 MP, encoding de video (uso Intel Quick Sync Video, 1080p são codificados a uns 80 - 120 fps), Internet nem se fala. E isto tendo em conta que simultaneamente a máquina está sempre a fazer um par de coisas em paralelo.

    Daí que exceptuando 3D Max, projectos de engenharia e arquitectura ou física ultra mega pesados (porque os normais correm a brincar), ou alojamento web de dezenas ou centenas de páginas, continuo a não entender o uso de i7 6 core (12 virtuais) a > 3.2 GHz :-) numa aritmética simples seria 6x mais rápido que o meu CPU, e 3x mais RAM lol

    Digo mesmo com interesse, não de crítica porque o que cada um tem em casa é da sua conta, prazer e carteira Lolol nem que fosse ter por ter

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    1. Pensei no mesmo... Não sendo uma crítica, mas para que raio tem o Carlos uma máquina com 24 GB de RAM... :P :)

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    2. Considerando que durante a maior parte do tempo tenho 3 máquinas virtuais a correr em simultaneo, todos os "cores" e RAM ajudam. :)

      (A minha paranóia de não querer instalar lixo no sistema principal causa coisas dessas: tenho máquinas virtuais dedicadas para praticamente todo o tipo de funções - incluindo várias para "tralhices" :)

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  5. Meu rico quad core Q6600 com 3gb de memória...

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  6. Com esse processador novo e memorias novas comprava com computador novo pahh!! isto é brincar com os pobres :D
    O meu dura desde 2004 isto pk ainda tenho o mesmo disco caixa placa de som gravadores e fonte lol restante 2009. Alien Isolation ainda rola

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  7. Eu costumava trocar de pc até abrir uma loja de informática ao pé da minha casa onde me aconselharam a substituir peças com o argumento de que "o que faz um pc ser novo é as peças"... Desde ai, há uns 3 anos, ainda continuo com o mesmo pc, que já tem uns 7 anos. Na ultima vez, há uns 2 meses, quando recebi o DK2 voltei lá e pedi para me instalarem tudo o que precisava para poder usar Oculus Rift. E o resultado foi que o meu pc ficou mesmo como novo e tão rápido que nunca preciso de limpar a memoria. 8 GB de memoria Ram, placa grafica de 128 GB para jogos, CPU... não me lembro qual o valor do CPU porque confundo sempre com memoria Ram... e ainda não entendi a diferença. O certo é que por 355 euros o meu pc ficou tão potente que tudo funciona quase á velocidade da luz e o sistema nunca encrava nem fica cansado. 355 euros não foi nada barato mas para se conseguir o mesmo com um pc novo teria de gastar mais de 1000 euros. Por isso eu acho que vale a pena substituir peças. E no fundo a única coisa que permanece para sempre é a caixa do pc...

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    1. Placa gráfica de 128 GB näo é possível por 355 € (nem por 355.000 ... LOL) :-P

      Quanto aos dados, diferencas (de modo abstracto, na prática há coisas que näo säo "bem assim"):

      - largura de banda ou comprimento das instrucöes de processamento (basicamente como a quantidade de faixas de rodagem): 32, 64 bits (CPU) / 64, 128 ou mais bits na largura de banda entre CPU ou GPU e a memória/componentes.

      - quantidade (tamanho) de memórias: "RAM" (RAM do sistema): em PCs "normais" varia de 4 a 8 GB; "memória da gráfica": pode variar de 128 MB (0.128 GB em grossos calculos, ou 1/8 de GB) a uns 2 GB (típico agora) ou ainda mais.

      - Discos SSD entre 64 a 512 GB (típico), discos rígidos (HDD) entre 512 GB a 5 GB.

      Por experiencia em mais de 20 anos de computadores, e pela época "dourada" da passagem do CGA + 80086, pelo VGA + 80286, pelo SVGA + 80486 e Pentium, ao Pentium II/III/IV e gráficas Voodoo, Matrox Millenium (a 95% de voces näo devem fazer sentido estes nomes LOL), conseguem-se:
      - com CPUs Intel e gráficas NVIDIA uns 15-20% de Overclock (OC) com nenhuma ou pouca alteracao na refrigeracao

      - com RAM de qualidade média uns 10% de OC

      - HDD novo uns 20-50% / HDD -> SSD uns 100-400% mais de velocidade real em leituras/escritas (entrada SO, jogos, etc)

      - instalacao do ZERO do Windows (se for o usado) uns 20-200% em certos casos

      - com alteracao de gráficas com 2 anos para um gráfica de nova geracao uns 50-200% mais de FPS

      Na maioria dos casos, o simples "tunning + optimizacao" fazem toda a diferenca, e suficiente para adiar uns anos a compra dum PC novo. Claro que há-de chegar a altura em que a motherboard já näo suporta os novos CPU, RAM ou standard, e o ideal é vender a torre toda a pessoas que lhe faräo um bom uso, e comprar um PC novo.

      Eu de momento tenho só portáteis e tirando jogos (versöes PC säo ridiculamente MAL optimizados, fazendo para os "hard core" a necessidade de trocar de gráficas de alta-gama cada 18 meses...) a potencia chega perfeitamente.

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