2014/11/24

Relógios de luxo apontam a mira às cópias digitais nos smartwatches


Tradicionalmente, os fabricantes de relógios de luxo há muito que se preocupam com as imitações que são vendidas pela internet; mas com a popularização dos smartwatches, agora também se começam a preocupar com a pirataria digital.

O facto do Google ainda não suportar oficialmente "relógios" no seu Android Wear não impede que existam outras forma de o fazer, com uma enorme variedade de estilos disponíveis e à disposição para quem quiser transformar o seu Moto360, G Watch R, ou outros, no relógio dos seus sonhos. Quer queiram um Rolex, Tag Heuer, Omega, Tissot, Swatch, ou qualquer outro - ou todos - isso é algo que passa a estar à distância de um clique.

Mas as marcas visadas não se sentem lisonjeadas com tais "homenagens", mesmo se ninguém correrá o risco de confundir um smartwatch com qualquer um destes relógios "a sério". Como tal, reagem da forma que melhor sabem fazer: perseguindo todos os sites que estão a disponibilizar relógios digitais demasiado parecidos com os seus.

Sou só eu que acho que, com este tipo de abordagem, só estarão a dar mais publicidade a todos os que disponibilizam estes "relógios" digitais pirateados? Porque não, por uma vez que seja, tentarem adiantar-se aos piratas, e serem eles próprios a disponibilizar os seus relógios, em versão de imagem digital para smartwatches, de forma oficial? Não haveria muitas pessoas que pagariam de bom grado 1 euro para terem os relógios da sua marca favorita?

... Mas imagino que isso deva ser uma ideia que nem sequer possa ser contemplada pelos responsáveis destas marcas, que preferem investir tempo e recursos na impossível tarefa de tentar impedir a pirataria - e que neste caso surge como resposta a uma necessidade do mercado a que estas marcas não se dignaram a dar resposta.

7 comentários:

  1. Marcas de luxo não têm que dar resposta a segmentos de mercado de "watchfaces" de 1 euro...
    Mas acho ridículo que estejam a tentar combater essas watchfaces digitais quando o factor de diferenciação dos relógios de luxo é serem exatamente o oposto do digital e serem baseados em tecnologia com séculos de existência.

    Ganhariam mais em fazer marketing que ridicularizasse esta moda dos smartwatches descartáveis que ficam obsoletos ao fim de um ou dois anos e com autonomia de um ou dois dias face ao relógios de movimentos que perduram durante décadas e têm autonomia ilimitada.
    Ou então lançam os seus smartwatches feitos de materiais nobres e com toques exclusivos...

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  2. penso que maior parte das empresas ainda são "retrogradas", a pirataria existe e vai continuar a existir, é como a hidra, cortas uma cabeça e vão nascer duas, como disseste "serem eles próprios a disponibilizar os seus relógios", assim estavam a lutar contra a pirataria a disponibilizarem eles o produto que é procurado, o melhor exemplo que vi até agora de "luta" contra a pirataria foi o dos Iron maiden, que viram que a sua musica estava a ser pirateada em grande escala na america do sul, pegaram e foram fazer la uma tur, ganharam bues em concertos e merchandising, se tivessem pegado e fossem a traz da pirataria gastavam balúrdios em vez de ganhar e no fim de tudo o ppl tinha a musica pirateada na mesma. já se vê algumas empresa a mudar o modelo de negocio para aliciar os consumidores a irem para o oficial e não para o pirata e espero que continuem a aparece cada vez mais a fazer isso

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  3. Acho muito bem que as empresas protejam a sua propriedade intelectual (IP). É muito fácil diabolizar essas companhias mas não podemos esquecer os milhões e o tempo investidos em desenvolvimento - para não falar nos projectos falhados - para serem copiadas em poucas horas. Vejam o caso mediático da face do relógio que alguém na apple copiou e que esta pagou bem caro.
    Em PT costumamos abordar a questão da PI de forma leviana até, o que é claramente uma atitude terceiro-mundista.

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    1. Nada tenho contra quem protege a sua propriedade e direitos: o que ponho em causa é a forma como o fazem.

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    2. Protecção do IP é correcto, não pode é atingir proporções como vemos em vários casos em que até se sobrepõe essa protecção a direitos humanos com sentenças completamente desproporcionadas entre o tipo de crime e a sentença.

      E uma empresa quer proteger o seu IP tem é que aprender a rentabilizá-lo ainda mais fazendo-o chegar ao maior número de clientes possível. Se não o faz e não satisfaz a procura então potenciais clientes vão piratear.

      Neste caso, não acho que haja grande razão de preocupação. Eu diria que as watchfaces são o que menos interessa quando se compra um relógio de luxo.

      Pior é quando uma empresa tem IP e aparecem mais não sei quantas empresas rivais que roubam o IP ou fazem algo exatamente igual.

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  4. Sem querer ser moralista, usar pirataria para justificar o que quer que seja é errado. E digo isto porque acho (mesmo) que pirataria prejudica mais os pequenos 'produtores' (evitei o uso de autor - quer seja de conteúdos, de um produto, de design, de software, de música, de arte, de 'ideias'...) do que as grandes empresas. Um pequeno 'produtor' não tem capacidade para suportar perdas como uma grande empresa, nem de se defender da mesma maneira. Nem de fazer uma tournée para minimizar perdas...

    Para ilustrar a minha ideia, se há uma necessidade de mercado por mostradores do tipo 'premium' então deveriam ser os developers/designer a puxar dos galardões e a criar um mercado novo. Se tiverem de desenhar um produto inovador, apelativo, diferenciador e de qualidade de certeza que não o vão conseguir vender por apenas 1€ até porque toda a gente o vai piratear e, como não fazem dinheiro, vão desistir com uma mão à frente e outra atrás...

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    1. Duvido muito que haja muita gente a piratear watchfaces...
      Primeiro nem tens designer s a viver exclusivamente disto.
      Segundo, o mercado smartwatches ainda é minúsculo e a pirataria nisto ainda mais pequena (duvido mesmo muito até que haja pirataria).

      Quanto aos pequenos produtores: tens muitos pequenos produtores a ter sucesso e a crescer apesar da "pirataria". Aliás, a pirataria afecta mais produtos blockbuster do que de nicho.
      O problema maior para o pequeno produtor é tornar o seu produto conhecido do que a pirataria. O segundo problema do pequeno produtor é atrair a atenção de um gigante da sua área que o pode esmagar em margens de produção e em replicar o produto dando a volta a potenciais patentes.

      A cena indie no mercado de jogos nunca esteve tão forte por exemplo. E existem imensas estratégias para rentabilizar IPs sem ter que se andar a perseguir utilizadores (vender o produto na Steam, adoptar modelo free-to-play/free-to-try com compras in-app, streaming, etc, etc).

      E quanto aos malvados dos piratas olha que muitas vezes são pessoas que vão eventualmente gastar dinheiro a apoiar um produto depois de o conhecer e conforme podem.

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