Google vai lançar smartphone modular Ara em Porto Rico ainda este ano

Mais uma vez, uma ideia que parecia saída de uma história de ficção científica, de um smartphone onde se pudessem trocar os seus componentes e adaptá-lo às necessidades do momento, acaba por se tornar realidade - ou pelo menos, está no bom caminho para o fazer. O Project Ara do Google deverá começar a chegar aos primeiros clientes ainda este ano, em Porto Rico.

Sim, o Google escolheu Porto Rico como local para avançar com um programa piloto do Project Ara, para avaliar que tal o produto se irá comportar em circunstâncias reais, e também descobrir como é que as pessoas irão reagir a um produto radicalmente diferente daquilo que conhecemos e que irá obrigar a uma readaptação.

Afinal... hoje em dia nem nos passa pela cabeça que se possa simplesmente trocar o módulo do CPU do nosso smartphone para ter mais potência; ou melhorar a sua câmara ou ecrã assim que um módulo melhor ficar disponível. Para o lançamento o Google espera já ter disponíveis entre 20 a 30 módulos, de 10 categorias diferentes.

Mas por agora a prioridade é obter um smartphone completamente funcional, que consiga ter um módulo 3G funcional em vez de funcionar apenas em WiFi, e que permita a troca de módulos a qualquer momento, mesmo enquanto estiver ligado (imagino que haja uma excepção, caso se trate do módulo do próprio CPU.) São evoluções que o Google espera conseguir atingir lá para Junho, com o modelo "Spiral 3".

Depois, a prioridade passará a ser conectividade 4G, autonomia que permita um dia em funcionamento (nesta fase, só a gestão da conectividade dos módulos consome cerca de 20% do total), módulo de câmara que esteja à altura das câmaras disponíveis no mercado, entre outras coisas. Uma coisa que o Google refere, é que esta filosofia de produto permitirá um mais rápido desenvolvimento de tecnologia experimental: por exemplo, um fabricante poderá criar módulos com uma bateria ou câmara "revolucionária" numa pequena série, que poderão ser rapidamente distribuídas por pessoas que farão os testes em circunstâncias reais sem grandes riscos ou necessidade de grandes investimentos.

O Google irá disponibilizar uma app de gestão de tudo isto, para dar dicas sobre o que os utilizadores poderão utilizar, e módulos que potencialmente poderão ser incompatíveis (ou desaconselhados) de usar em simultâneo com outros (nada impede que um utilizador colocasse meia dúzia de módulos de carregamento USB no seu smartphone, ou 4 ou 5 câmaras).

Vamos lá ver como é que o Ara se vai desenvolvendo e qual será o seu impacto, não só na área dos smartphones, mas potencialmente num universo muito mais vasto (imagine-se que começamos a ter um mercado de módulos compatíveis que se possam aplicar não só em smartphones, mas também televisores, computadores, electrodomésticos, automóveis, e tudo o mais que se possa imaginar).